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Mundo  | 06/08/2010 09h11min

Explosão da bomba atômica de Hiroshima completa 65 anos

Cerimônia no Japão lembra tragédia e pede desarmamento nuclear mundial

Uma cerimônia no Japão marca nesta sexta-feira os 65 anos da explosão da bomba atômica em Hiroshima. Centenas de pessoas se reuniram no Parque Memorial da Paz, local no qual a bomba caiu, para lembrar a tragédia. Representantes de mais de 70 países estavam presentes junto a milhares de pessoas que compareceram para assistir ao emotivo evento no Memorial da Paz.

Durante a cerimônia foi observado um minuto de silêncio no instante preciso em que a bomba explodiu sobre a cidade. Depois o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, pronunciou um discurso. Em seguida, mil pombas brancas foram libertadas em um gesto simbólico de paz.

- Saudamos este 6 de agosto com a determinação reforçada de que ninguém mais deverá no futuro sofrer tais horrores - afirmou.

Aliados presentes

Adversários do chamado "Eixo" (Japão, Itália e Alemanha) na Segunda Guerra Mundial, os conhecidos como "Aliados" (França, Grã-Bretanha e Estados Unidos) compareceram pela primeira vez ao evento. Os Estados Unidos estavam representados por seu embaixador no Japão, John Roos, que depositou uma coroa de flores em memória "de todas as vítimas da Segunda Guerra Mundial". A presença também reflete o apoio do presidente Barack Obama em favor da desnuclearização.

- Pelo bem das gerações futuras, devemos continuar trabalhando juntos para realizar um mundo sem armas nucleares - declarou Roos em um comunicado.

Muitos no Japão esperam que o presidente Obama vá a Hiroshima durante a visita que fará ao arquipélago em novembro.

- Seria muito significativo se sua visita a Hiroshima e Nagasaki se tornasse realidade - disse o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também estava presente. Ban é o primeiro chefe da ONU a assistir à cerimônia organizada todos os anos em Hiroshima.

- Para muitos de vocês, este dia continua tão vívido como o relâmpago branco que incendiou o céu, e tão sombrio quanto a chuva negra que se seguiu - afirmou - Enquanto existirem as armas nucleares, viveremos sob a sombra nuclear.

Desarmamento nuclear

O Japão, o único país a ter sido bombardeado em duas ocasiões com armas nucleares - em 6 de agosto de 1945 em Hiroshima e em 9 de agosto de 1945 em Nagasaki - reclama há anos a eliminação de todas as armas de destruição em massa. Os Estados Unidos, que sempre afirmaram que estes bombardeios foram necessários para encurtar a guerra, jamais se desculparam pelas 210 mil vítimas, em sua maioria civis, que morreram tanto pela ação direta das bombas quanto pelas radiações e queimaduras que provocaram.

- A raça humana não deve repetir o horror e os sofrimentos causados pelas armas atômicas - declarou o primeiro-ministro japonês em um discurso - O Japão, única nação vítima de bombardeios atômicos em tempos de guerra, tem uma responsabilidade moral de encabeçar o combate pela construção de um mundo sem armas nucleares.

A bomba

A bomba de Hiroshima foi lançada contra o Japão pelos Estados Unidos, no final da 2ª Guerra Mundial, em 1945. O ataque matou 140 mil pessoas.

A explosão em Hiroshima ocorreu na manhã de 6 de agosto de 1945. "Little Boy", apelido dado pelos soldados norte-americanos à bomba de urânio de quatro toneladas jogada sobre Hiroshima, explodiu a várias dezenas de metros do solo com uma luz cegante, desprendendo uma onda expansiva e um calor de vários milhares de graus que reduziu todos os seres vivos ao estado de cinzas num raio de várias centenas de metros.

COM INFORMAÇÕES DA AFP
 
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