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 | 14/07/2010 23h20min

Governo critica juíza que negou proteção a Eliza

Para a juíza, a jovem não mantinha relações afetivas com Bruno

A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), ligada à Presidência da República, divulgou nota na qual lamenta a não aplicação da Lei Maria da Penha pela juíza Ana Paula Delduque de Freitas no caso de agressão contra Eliza Samudio, denunciado em outubro de 2009. Eliza é ex-amante do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes Souza e está desaparecida desde o início de junho.

— É triste constatar a não aplicação desta lei por parte de seus operadores, uma vez que foi criada especificamente para proteger as mulheres vítimas da violência doméstica — afirmou a nota.

Para a juíza, a jovem não mantinha relações afetivas com Bruno. Na ocasião, a Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá (DEAM), no Rio de Janeiro, pediu à Justiça que o atleta fosse mantido longe da vítima.

A juíza titular do 3º Juizado de Violência Doméstica do Rio de Janeiro explicou em sua decisão que Eliza não poderia se beneficiar das medidas de proteção, nem "tentar punir o agressor", sob pena de banalizar a Lei Maria da Penha. A magistrada entendeu que a finalidade da legislação é proteger a família, seja proveniente de união estável ou de casamento e não de uma relação puramente de caráter eventual e sexual.

Para a Secretaria de Políticas para Mulheres, a alegação de que Eliza não precisava de proteção do Estado porque era apenas uma "amante" ou "ficante", remete aos padrões antigos de preconceito contra as mulheres. Além disso, questiona a honestidade da vítima, que declarou que a relação não foi apenas de uma noite.

Nesta quarta-feira, foram realizadas buscas na casa de Bola, suspeito de assassinar Eliza. Lá foram identificadas paredes ocas. No sítio do goleiro Bruno, a polícia encontrou fios de cabelo e vestígios de sangue.

Reprodução 

Agência Estado
 
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