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 | 14/07/2010 08h02min

Ramires passa férias em Joinville e diz que vai trabalhar muito para jogar a Copa no Brasil

Principal desafio do atleta a partir de agora é garantir seu nome na relação de convocados para o primeiro amistoso pós-Copa, em agosto, contra os Estados Unidos

Lucas Balduíno  |  lucas.balduino@an.com.br

— A única forma de permanecer na Seleção é continuar trabalhando forte e aproveitar ao máximo as oportunidades.

Conhecido pelos discursos carregados de humildade, Ramires sabe da dificuldade que é se manter entre os jogadores da Seleção Brasileira. Em Joinville há uma semana, desde que o Brasil foi eliminado da Copa, o meia finalmente resolveu se pronunciar e falar sobre as experiências no primeiro mundial.

O principal desafio do atleta a partir de agora é garantir que o nome dele esteja na relação de convocados para o primeiro amistoso pós-Copa, em agosto, contra os Estados Unidos. O treinador encarregado de fazer a lista será anunciado até o dia 25 de julho, pela CBF.

— Eu ainda nem sei quem será o novo treinador, então as coisas dependem do que eu estiver fazendo dentro de campo —, admite.

O atleta permanece em Joinville até sábado. Depois, vai para o Rio de Janeiro visitar a sua família, e então embarca para Portugal, onde deve se apresentar ao Benfica no começo de agosto.

Trabalho duro
A CBF divulgará o nome do novo treinador da Seleção até o dia 25 de julho. O escolhido terá também de divulgar a relação dos convocados para o amistoso contra os Estados Unidos, marcado para agosto. Até lá, Ramires, bem como a maioria dos atletas que estiveram na Copa, não devem estar atuando.
As expectativas do atleta são boas, já que a CBF planeja renovar o elenco da Seleção.
Mas Ramires, com 23 anos, tenta manter os pés no chão:

— Falam de renovação, mas não adianta ficar agarrado nisso. Não posso pensar que por ser o mais novo do grupo estou garantindo na próxima Copa. Vai ser difícil a briga para chegar na Copa de 2014 —, reconhece.

Assédio dos grandes
No começo de agosto, Ramires se reapresentará ao Benfica, time pelo qual faturou o título do Campeonato Português, em seu primeiro ano na Europa. As boas atuações do jogador fazem seu nome ventilar entre alguns dos principais clubes do Velho continente.

— O meu empresário não me disse quais são os clubes interessados, mas falou que há sondagens e isso é coisa normal —, diz.

Para poucos
O ex-companheiro de Benfica, o argentino Di María, recém contratado pelo Real Madrid, é um dos exemplos de jogadores que despontaram na Copa e se mudaram para um novo clube.

— Copa do Mundo é uma vitrine que todos querem estar. Se fizer um jogo bom é o suficiente para aparecer e ser mundialmente falado —, avalia.

— É o sonho de qualquer jogador atuar por um Real Madrid, um Barcelona, um Chelsea. Isso é para poucos.

O comandante
Durante a Copa, o técnico Dunga se envolveu em alguns atritos com membros da imprensa, mas Ramires é um dos que partem em defesa do treinador.

— Ficamos um pouco chateados pela imagem que passam dele. Quem convive, sabe que é uma pessoa amiga e companheira, que brinca e conversa com todos, fazendo o papel de comandante —, conta.

Sobre as discussões que envolviam o técnico, o meia comenta que os jogadores evitavam repercutir as coisas que aconteciam durante as coletivas.

— Sabíamos do nosso objetivo e de nosso foco e não tínhamos que nos preocupar com isso.

Jovem e experiente
Três anos depois de sair do JEC, Ramires chegou a uma final de Libertadores com o Cruzeiro, ganhou o Campeonato Português com o Benfica, venceu a Copa das Confederações com a Seleção e teve a oportunidade de disputar um mundial.

— É uma experiência única, pois todos querem jogar uma Copa —, admite.

Desde que ganhou a primeira chance com a amarelinha, Ramires não a largou mais. Depois que foi chamado para as Olimpíadas, tornou-se figurinha repetida nas convocações de Dunga.

— Se eu tinha que provar algo era para o Dunga. Meu objetivo era ajudar a Seleção e Graças a Deus consegui corresponder à confiança que me deram.

Reconhecimento
Afastado por um oceano de distância da família, o jogador aproveitou os períodos de folga na concentração para manter contato com a mulher, Islana, que ficou em Joinville junto com o filho recém-nascido, Davi Yuri. Durante as ligações, o atleta conta que a mulher falava sobre a reação da torcida joinvilense toda vez que entrava em campo:

— Era importante saber de toda essa energia que estavam me passando.

Na cidade há pouco mais de uma semana, Ramires continua colhendo o reconhecimento pelas boas atuações na África do Sul. Em todos os lugares em que passa, os fãs logo surgem para pedir autógrafos.

Fim de um sonho
Suspenso do jogo contra a Holanda, pelas quartas de finais, o meia foi obrigado a assistir à partida que decretou a volta antecipada para casa das arquibancadas do estádio Nelson Mandela Bay.

— Independentemente de jogar ou não, o sentimento foi igual para todos — , relembra.

O jogador revela que, no vestiário, o clima era de intensa frustração.

— Estavam todos chorando. Nos demos conta que acabou o sonho.

Por ter tomado o segundo cartão amarelo na competição na partida contra o Chile, Ramires não pôde atuar contra a Holanda e evita pensar se o resultado pudesse ter sido diferente com ele em campo. 

— É o tipo de coisa que não tem como prever.

Polêmicas
No jogo contra a Costa do Marfim, pela segunda rodada da fase de classificação, Ramires entrou já nos acréscimos, no lugar de Robinho. A partida, entretanto, ficou marcada por dois lances polêmicos. O primeiro foi o gol de Luis Fabiano, que teria ajeitado a bola com a mão antes de concluir para o gol, e o segundo, a lesão de Elano.

— Ficamos muito chateados quando o Elano se machucou, pois ali a Copa tinha acabado para ele, que vinha bem e estava se destacando —, conta o jogador revelado no Joinville.

Herança da Copa
A experiência de disputar uma Copa do Mundo, segundo Ramires, é única, mas para o jogador o que fica de mais importante é o clima de união que toma conta dos jogadores.

— Estou feliz por ter participado, por ter entrado e por ter ajudado a Seleção. Levarei para o resto da vida as amizades e a sinceridade de todo o grupo —, afirma.

Ramires ainda não entrou em contato com nenhum dos jogadores que retornaram junto com ele da Copa, mas garante que a intenção é não perder contato com o grupo.

— Logo, estaremos nos falando.”

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