Involuntariamente, Vicente del Bosque, técnico da seleção da Espanha, e Carlos Queiroz, técnico da seleção de Portugal, trarão a tona velhas feridas na partida das oitavas de final da Copa do Mundo, entre Espanha e Portugal, no reencontro sete anos depois de o destino dos treinadores terem se cruzado no Real Madrid.

Nenhum dos dois quer alimentar a rivalidade, mas está claro que Vicente del Bosque tem o treinador português como uma espinha entalada na garganta depois de ter sido substituído por ele no comando do time merengue logo após conquistar o título da Liga Espanhola.

— Ele não teve nada a ver com aquilo, foi um ator passivo — constuma dizer o espanhol.

Sua saída do Real Madrid foi traumática. No comando da geração mais vitoriosa dos Galáticos, Del Bosque conquistou duas Ligas dos Campeões (2000 e 2002), dois Campeonatos Espanhóis (2001 e 2003), uma Supercopa (2001), uma Supercopa europeia (2002) e uma Copa Intercontinental (2002), e mesmo assim não conseguiu seguir a frente da nave branca porque o presidente Florentino Pérez optou por buscar outro perfil de treinador, um mais moderno, na teoria, e mais midiático, na prática.

Depois de ganhar a Liga na temporada 2002/03, Vicente del Bosque surpreendentemente não teve o contrato renovado e Carlos Queiroz, então auxiliar técnico de Alex Ferguson no Manchester United, da Inglaterra, foi contratado.

A trajetória do português no Real Madrid foi decepcionante e curta. Depois de perder a Copa do Rei para o Zaragoza, o time não encontrou mais o rumo e foi eliminado pelo Mônaco nas quartas de final da Liga dos Campeões e terminou em quarto lugar numa campanha decepcionante no Campeonato Espanhol.

Desprestigiado, Carlos Queiroz foi demitido e teve de retornar ao Manchester United e o trabalho com Ferguson.

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