Mais uma seleção campeã mundial mostra pouco futebol e preocupa sua torcida. Depois do insucesso francês, a Inglaterra apenas empatou sem gols com a Argélia, em Green Point, pelo Grupo C. Em um jogo de baixa qualidade e quase nenhuma chance de gol, a equipe de Rooney decepcionou mais uma vez e agora vê ameaçada sua classificação.

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Com o resultado, o time de Capello deixa a segunda rodada na terceira colocação, com dois pontos, perdendo no número de gols feitos para os Estados Unidos. Eslovênia lidera a chave com 4 pontos. Os argelinos têm um ponto marcado.

Goleiros mudam, futebol não

Inglaterra e Argélia, vitimadas por frangos de seus goleiros na primeira rodada, entraram em campo com novas opções no gol. Saiu Green, entrou James no time inglês. Os argelinos resolveram sacar Chaouchi e colocar Mbolhi. Mas não demorou muito para se chegar à conclusão de que o problema passava longe dos camisas 1.

Num primeiro tempo sem grandes emoções nem chances claras, as equipes se nivelaram por baixo. Sufocados no início pela marcação argelina, os volantes ingleses, os verdadeiros armadores do time, quase não tocaram na bola. Logo, os comandados de Capello pouco assustavam. Em contrapartida, os argelinos Ziani e Belhadj, pela esquerda, chegavam insinuantes, mas ainda assim pouco consequentes. Chute que é bom só de fora da área. Cinco tentativas inglesas e uma argelina. Mas os goleiros não facilitaram.

Ataque de asma

Rooney, visivelmente fora do seu melhor ritmo, pouco fez, e Heskey se desdobrou em três no ataque. Sem qualidade técnica, o gigante sucumbiu. A Inglaterra só conseguiu chegar mais à frente depois que os argelinos recuaram a marcação. Mesmo assim, uma única chance: aos 26 minutos, em sobra da zaga, Lampard bateu da entrada da área, forte, mas Mbolhi brilhou. A jogada era sempre a mesma: começava com o lateral direito Johnson, que tabelava com um dos volantes e mirava Heskey na área. Não funcionou, o placar zerado dizia tudo. O equilíbrio nos números da posse de bola apontavam a justiça no marcador.

Ninguém acorda na etapa final

O segundo tempo começou como terminara a etapa inicial. Ou seja, Argélia mais resguardada e a Inglaterra encerrada em suas próprias limitações. A melhor chance inglesa no início foi um cruzamento afastado em cima do lance, antes que Rooney chegasse para concluir. Um retrato de um time pouco criativo e que não chuta a gol.

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Mesmo com a entrada de Wright Phillips, nada mudou. Depois que Heskey, que mais fazia a ponta direita do que o pivô, deixou e campo para Defoe, houve uma leve melhora. Defoe complementou melhor Phillips, mas apenas a insistência pelas pontas vitimou o time de Capello. Previsível, facilitou a marcação do oponente. Uma opção pouco tentada foi as tramas pelo meio, aproveitando a habilidade de Gerrard. Na única vez que isso aconteceu, Defoe quase marcou, aos 29. A atenta e veloz defesa argelina bloqueou, aproveitando a indecisão do avante.

Do banco, Capello reflete inércia do time

Depois de alterações pouco inventivas, Capello repetiu a substituição que já virou clichê: no aperto, entra o grandalhão Peter Crouch. Desta vez, os seus mais de dois metros de altura foram tão insolúveis quanto as mãos de Green haviam sido contra os norte-americanos.

Um time que não vence é um time sem confiança. Complicados pelo adversário aguerrido e pela tática pouco eficiente, os ingleses poderiam ter arriscado mais arremates ao menos. Rooney, por exemplo, tentou duas vezes. Pouco para um jogador de sua qualidade. Restou para uma seleção campeã mundial aceitar a administração do resultado por parte da Argélia, nos minutos finais. Inglaterra e Argélia agiram pouco durante o jogo, o 0 a 0 caiu bem.

Tudo bem para uma Argélia, mas preocupante para uma Inglaterra que deseja muito mais do que jogos de superação defensiva ou oitavas de final.

Próximos jogos

Dia 23, o Grupo C terá a definição de seus classificados. Jogam Eslovênia x Inglaterra e Estados Unidos x Argélia.