| 12/06/2010 20h24min
A imprensa inglesa passou a semana tentando condicionar o árbitro gaúcho Carlos Simon e terminou levando um castigo curioso. Deixou de vencer os Estados Unidos graças a um erro patético seu, que foi o frango lendário de Green. E ele falou durante o frango. Eu vi. Se você ler esta coluna até o final, saberá exatamente como e o que o goleiro azarado disse.
Bem, mas o vilão não foi o juiz, e sim um súdito da Rainha.
Esteve no apito o melhor do 1 a 1 entre Estados Unidos e Inglaterra. Depois de Messi e do futebol consistente da Argentina na vitória sobre a Nigéria, é Simon a estrela do segundo dia da Copa.
Simon não errou absolutamente nada.
Acertou nos cartões amarelos por repetição de faltas, impedindo a violência. Foram sete. Acompanhou cada lance de perto, mostrando forma física invejável para um quarentão justamente em um jogo de duas seleções de fôlego impressionante.
Ninguém reclamou de pênalti ou falta grave não marcada. Se houve um impedimento mal assinalado deve ter sido muito. É certo como o som monocórdico das vuvuzelas que ele vai apitar mais vezes nesta Copa.
Quanto ao jogo, só havia um jeito de os burocráticos norte-americanos – à exceção de Donovan – ameaçarem a poderosa esquadra da rainha, que se defende maravilhosamente. Só mesmo no acaso, no azar. Ou numa desgraça.
Um frango. Um frangaço como poucas vezes se viu numa Copa do Mundo. O chute saiu fraco, era um dos Estados Unidos cercado por vários da Inglaterra, e esse um arriscou o chute para não ser reduzido a pó na emboscada de marcação.
Aquela câmera lenta que capta até pensamento mostra com clareza quando a bola escapa ao controle do goleiro Green. Dá para arriscar a leitura labial, de tão clara:
– Oh, no! No! – ele diz, enquanto a bola parece uma enguia com coceira saltitando para o gol.
Na primeira grande tragédia do futebol na Copa da África, o vilão não foi o árbitro, como previam os ingleses certos da vitória sobre os EUA, mas de um súdito da Rainha.
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