A mobilização nacional pela vacinação contra a gripe A acabou, mas aqueles municípios que ainda tiverem vacinas contra a doença devem reservar doses aos grupos prioritários do Ministério da Saúde: crianças de dois a quatro anos e adultos de 30 a 39 anos. Segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, até ontem à tarde, o Rio Grande do Sul tinha vacinado 4.126.212 pessoas, ultrapassando a meta de 80% do público alvo.

O diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz, alerta que o ideal é que os integrantes desses grupos de risco se informem nos postos de saúde mais próximos para saber se ainda existem vacinas disponíveis. Paz acredita que o público formado por adultos de 30 a 39 anos foi prejudicado pelo tempo, pois foi o último a ser contemplado pela campanha. Já as crianças dependem dos adultos para procurarem os postos de saúde. A segunda dose das crianças que fizeram a primeira está assegurada.

– É bom frisar que a campanha já terminou, mas não vamos recolher as vacinas que sobraram – garante Paz.

Em todo o país, mais de 75 milhões de pessoas foram vacinadas contra a gripe A durante os três meses da campanha nacional de imunização. Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a expectativa é de que até o fim de semana o número deve atingir os 80 milhões.

– Nada impede que os municípios que estão ainda abaixo do esperado busquem essa meta e não há impedimento para que cada Estado ou município defina estratégias para a reta final – ressaltou Temporão.

Essa já é a maior campanha de vacinação no país e supera a marca dos 67 milhões de imunizados contra a rubéola, em 2008. A imunização atingiu 100% nos grupos de profissionais de saúde, crianças de seis meses a dois anos e doentes crônicos.

Este ano, foram registradas 64 mortes pela doença

Nos indígenas, a vacinação chegou a 85%, e nas gestantes, a 71,6%. O índice em adultos de 20 a 29 anos foi de 81,2% e, na faixa de 30 a 39 anos, de 62,3%. Foram vacinadas 1,5 milhão de crianças entre dois anos e quatro anos e 11 meses.

O último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde indicava que em 2010 foram registradas 540 internações e 64 mortes pela gripe A. As gestantes representaram 18% das internações e 30% dos óbitos.

No ano passado, foram registradas 2.051 mortes – 75% delas ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Entre as grávidas (189 morreram, ao todo), a letalidade entre os casos graves foi 50% maior do que na população geral. Adultos de 20 a 29 anos concentraram 20% das mortes (416), e os de 30 a 39 anos, 22% (454).