Notícias

 | 03/06/2010 02h06min

De mala e cuia no país da Copa

Além do apito e da bandeira, Carlos Simon e Altemir Hausmann levam erva-mate e feijão para a África

Malas embaladas, cuias de chimarrão e erva-mate guardadas, check-in feito, Carlos Simon e Altemir Hausmann partiram rumo ao setor de embarque do Aeroporto Salgado Filho. Demoraram muito mais do que o normal para percorrer o caminho.

Foram interrompidos por torcedores que queriam cumprimentá-los, tirar fotos, desejar sorte. Era o dia de celebridade do árbitro e do assistente que partiram no início da tarde de ontem para Pretória, na África do Sul, para apitar na Copa do Mundo.

– É este afeto que nos dá energia para representar o nosso Estado com o maior respeito – disse Simon.

Hausmann não escondeu a surpresa e foi além:

– É a primeira vez que experimento isso. Confesso que estou apavorado. Eu moro em cidade pequena e não tinha noção do que a gente representa. Chega a dar um arrepio, porque a expectativa que as pessoas colocam em cima da gente é muito grande, e também um sentimento estranho de responsabilidade – afirmou.

O gaúcho de Estrela trabalhará em uma Copa pela primeira vez. Em 2006, Hausmann chegou a viajar para a Alemanha, mas ficou como suplente. Em Guarulhos, os dois se juntarão ao assistente Roberto Braatz, que completa o trio de arbitragem brasileiro.

– Para matar a saudade de casa, estou levando chimarrão, as cuecas-viradas da minha mãe, e alguma receita para fazer lá porque a comida é um pouco diferente. Não posso falar muito alto, mas estamos levando um kit feijoada para fazer lá, para mostrar a cultura brasileira – sorri o assistente.

Para Simon, porém, o clima é de despedida. No último ano da sua carreira, vai para seu terceiro Mundial.

– Maravilhoso sair pela porta grande, em uma Copa do Mundo. Tenho a possibilidade de apitar até dezembro, mas ainda vou decidir se continuo apitando depois da Copa. Recebi muitas homenagens no último mês e estamos todos em ótima forma – declarou.

Os brasileiros ainda não sabem em quantos jogos vão trabalhar, porque a escala de arbitragem para a Copa ainda não foi anunciada. Entre os torcedores que os assediaram no aeroporto, um deles fez um pedido curioso: “só não apitem a última partida”. Como o árbitro não pode comandar jogo envolvendo a seleção do seu país, se o Brasil estiver na decisão, eles não terão a honra de apitar uma final de Copa do Mundo. Simon garante que vai torcer para o time de Dunga mesmo assim:

– Quando a Seleção Brasileira entra em campo, com aquela camisa amarela, é de arrepiar. Estaremos todos na torcida, junto com a família.

amauri.knevitz@zerohora.com.br

AMAURI KNEVITZ JR.
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.