Cheios de craques, Bayern de Munique e Inter de Milão decidem às 15h45min (de Brasília) deste sábado, em Madri, o título da Liga dos Campeões, o torneio de clubes mais importante do mundo. Os astros da final, os jogadores, no entanto, acabaram ficando em segundo plano. Na Europa, o confronto é vendido como um duelo de treinadores entre o holandês Louis Van Gaal e o português José Mourinho.

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O assunto pautou as entrevistas desta sexta-feira, véspera da partida, na capital espanhola. O confronto entre o time italiano e o alemão é visto como um duelo de duas filosofias opostas de futebol: a ofensivista, representada pelo time de Van Gaal, e a defensivista, encarnada pela equipe de Mourinho. O próprio treinador holandês fomentou as comparações entre os estilos.

— Minha filosofia é atacar sempre e ficar no campo adversário. Gosto também de jogar para o público e, para isso, é necessário atuar de forma ofensiva. O Mourinho é mais defensivo — afirmou o técnico do Bayern.

O treinador português, no entanto, não se considera um "retranqueiro". Para Mourinho, a segunda partida das semifinais contra o Barcelona, no Camp Nou, foi exceção. Foi só porque esteve com um jogador a menos que o time italiano praticamente só se defendeu.

— Parece que ele (Van Gaal) não está vendo muitos jogos da Internazionale. Ele só deve ter acompanhado o jogo contra o Barcelona, quando estávamos com um homem a menos em campo — soltou o verbo.

O curioso é que os dois treinadores trabalharam juntos no Barcelona, de 1997 a 2000. Então no começo da carreira, Mourinho era auxiliar na comissão técnica encabeçada pelo holandês. É praticamente um discípulo de Van Gaal. O que não impediu o português de discordar das declarações do ex-chefe.

— Ele não poderia ter falado isso, por tudo o que já fizemos juntos. Na época do Barcelona, era fácil assistirmos de oito a 10 jogos dos adversários, analisando a forma que colocaríamos a equipe em campo — contou Mourinho.

O fato é que o ponto forte do time italiano é, sim, a defesa. E não é qualquer defesa. Dos quatro jogadores que compõem o setor, três são titulares da Seleção Brasileira: o goleiro Júlio César, o zagueiro Lúcio e o lateral Maicon. O argentino Javier Zanetti completa o setor. Na frente, o time conta com os gols do camaronês Samuel Eto'o e do argentino Milito.

Já o que há de melhor no time alemão se encontra do meio para a frente. É ali que jogam os holandeses Mark van Bommel e Arjen Robben, além do alemão Bastian Schweinsteiger e o croata Ivica Olic. O Bayern, no entanto, terá de superar a ausência de seu craque. O francês Franck Ribery pegou três jogos de suspensão pela expulsão contra o Lyon, nas semifinais, e não joga a final.