Técnico da seleção da África do Sul, o brasileiro Carlos Alberto Parreira está perto de quebrar um recorde na história das Copa do Mundo. Será a sexta vez que o treinador vai comandar uma equipe no torneio de futebol mais importante do mundo.

Em 11 de junho, quando a África do Sul enfrentar o México na abertura da Copa 2010, Parreira vai superar o sérvio Bora Milutinovic, que foi técnico de seleções diferentes em cinco edições do Mundial.

Campeão do mundo com o Brasil nos Estados Unidos, em 1994, quando a Seleção interrompeu uma escrita de 24 anos sem títulos, Parreira será o comandante da seleção anfitriã na primeira Copa disputada na África.

Apesar de ter sido técnico do Brasil também em 2006, na Alemanha, o balanço total de Parreira é negativo, já que inclui campanhas ruins com o Kuwait na Copa da Espanha (1982), com os Emirados Árabes na Itália (1990) e com a Arábia Saudita na França (1998).

Agora ele almeja levar a África do Sul a superar pelo menos a primeira fase, o que nunca conseguiu com as três seleções estrangeiras que dirigiu, apesar de considerar que teve um bom desempenho com esses países.

— O Kuwait é um país amador no futebol e naquela época o país tinha apenas mil jogadores. Mas com estes mil jogadores amadores, ganhou a Copa da Ásia pela primeira vez, vencendo a Coreia na final — lembrou Parreira ao defender seu trabalho neste país.

— Também se classificou para os Jogos Olímpicos de 1980 e para o Mundial de 1982. Isto foi um troféu por si só. Foi uma medalha de ouro. A mesma coisa aconteceu com os Emirados, que nunca havia se classificado para um Mundial até a minha chegada — acrescentou.

Parreira quer conseguir a primeira vitória em uma Copa com uma seleção que não seja o Brasil, já que teve que esperar por seu terceiro Mundial para saber o que era ganhar um jogo no torneio.

A primeira vitória veio na estreia da Copa de 1994, quando a seleção do Brasil, liderada por Romário e que tinha o atual técnico da Seleção, Dunga, como capitão, derrotou a Rússia por 2 a 0.

Em 2007, ele aceitou o desafio de comandar a África do Sul no primeiro Mundial no continente negro, mas problemas pessoais o levaram a deixar o cargo no ano seguinte, quando foi substituído à frente dos Bafana Bafana pelo compatriota Joel Santana.

Os resultados ruins do sucessor, no entanto, levaram Parreira a retornar ao comando sul-africano em 2009, o que permitirá que dispute seu sexto Mundial como técnico, ele que também foi preparador físico da Seleção tricampeã na Copa de 70, no México, então comandada por Zagallo.

Com a sexta Copa, Parreira ultrapassará Bora Milutinovic, que disputou cinco: México-1986 à frente da seleção anfitriã, Itália-1990 com a Costa Rica, Estados Unidos-1994 também com o time da casa, França-1998 com a Nigéria e Coreia do Sul/Japão-2002 com a China.

— Todos esperamos que a África do Sul faça um bom papel, mas não podemos colocar os garotos sob pressão. Mostraram na Copa das Confederações (quando perderam nas semifinais para o Brasil) que com o país por trás, torcendo, a equipe pode crescer —  comentou Parreira.