Esportes | 13/05/2010 11h33min
Prestes a ir para o Tottenham, assim que acabar a participação do Inter na Libertadores, Sandro se vê em uma situação "estranha". Em entrevista ao site Globoesporte.com, o volante falou do futuro, das chances do Inter na competição e da lembrança do confronto com o Estudiantes.
Confira algumas declarações:
Sobre ir para a Inglaterra quando o Inter for eliminado
É meio estranho. Eu quero ser campeão da Libertadores, como também quero ir para a Inglaterra. Mas eu coloquei na minha cabeça que eu quero ir depois da Libertadores, e campeão. Estou dando mesmo o máximo para não ir antes. Mas claro que o torcedor pode falar: "Já pensou o Sandro tirar o pé para ir embora?". Mas eles estão vendo que estou dando o máximo. Isso me motiva. Ser campeão da Libertadores é algo que poucos conseguem. Eu quero esse título. Pretendo ficar muitos anos na Europa e voltar com esse título.
Título
Acho que tem grandes possibilidades. Não posso dizer que vai ser, mas acho que nosso grupo está bem fechado. Quando o time entra em campo, todo mundo dá o máximo um pelo outro, sem tirar o pé. Estamos querendo muito, mas sabemos como é o futebol. Sempre pode acontecer alguma coisa e não sermos campeões. O jogo contra o Estudiantes vai servir para tirar a febre. Vamos ver como está. Se passarmos do Estudiantes, segurem, porque iremos longe. Passando do Estudiantes, ficaremos bem próximos do título.
Lembranças da final de 2008 contra o Estudiantes
Entrei em uma pressão danada, nos acréscimos do segundo tempo. Quando eu entrei, o Verón saiu. Acho que ele ficou com medo. Tá bom... (Risos). Que bom que ele saiu! Entrei com 18, 19 anos, aquela massa no estádio, meu Deus... Mas fui bem, entrei tranquilo. Deu tudo certo. Agora são eles de novo. Devem estar com clima de revanche. Se eu fosse do Estudiantes, estaria com clima de revanche, sim.
Sobre precisar que alguém se lesione para ir à Copa
Eu fico feliz de estar entre os sete que podem ser chamados por alguma lesão ou coisa parecida. Fico torcendo para que os que estão lá possam ir bem, não se machuquem, mas ao mesmo tempo, quero ir, quero participar do grupo em uma Copa do Mundo. É um sonho. Temos que nos colocar no lugar do outro. Eu poderia estar lá e me machucar. Ficaria muito triste. Fico ansioso para começar logo a Copa, assistir aos jogos, ver como o Brasil está indo. Meu pensamento é esse. Não sei se os outros ficam secando os caras. Eu não penso assim. Fico torcendo para que tudo ocorra bem lá, que eles joguem, possam ir bem, possam ser campeões.
A visita ao Tottenham
Foi fera demais. Cheguei lá e os caras me trataram muito bem. Tinha dois tradutores. O que eu precisava, eles tentavam ao máximo conseguir. O clima do clube é muito bom. As pessoas são muito simples. Os jogadores também me trataram muito bem. Tem o Gomes, que já chegou dizendo “vai aqui, não vai ali”, dando dicas de tudo. Mas achei muito legal. Foi uma experiência muito boa passar cinco dias lá. Estou confiante. Também estou fazendo um processo de adaptação, uns cursos que faço com uma psicóloga. Ela trabalha nessa área, com quem vai para o exterior, e ela não fazia isso com os jogadores. É um trabalho muito bom. Estou me dedicando muito a isso, para chegar lá não muito cru. Aí a pessoa não vai sem saber como é a cultura do país. Acontece muito de o jogador ir lá e voltar, bater a saudade e não querer ficar mais. Não é que eu não vá sofrer. Vou ter dificuldades. Mas estou querendo enfrentar isso e vou fazer de tudo para que dê certo.
Adaptação ao futebol inglês
Gosto muito do futebol deles. Tem a pegada, tem a força, mas tem a qualidade, o jogo rápido. Acho que vou, nos primeiros meses, ficar mais observando, vendo como eles jogam. É mais rápido do que nós. Mas acho que não vou ter dificuldade na Inglaterra. Minha característica é esse tipo de jogo. Espero que dê tudo certo. Sinto um frio na barriga. Vou chegar lá e ninguém vai me conhecer. Conhecem meu trabalho, mas pouco. Vou ter que começar do zero, até na língua. E também na parte do futebol. O bom é que já vou sabendo disso. Ruim seria chegar e pensar que sou o Sandro de Porto Alegre. Aí eu voltaria na outra semana. Não vou ter as regalias que tenho aqui. Saio na rua e todo mundo me conhece, todo mundo fala comigo. Imagina sair na rua lá e ninguém falar comigo... É de ficar louco. A psicóloga fala que ninguém nunca está preparado. Mas estou confiante, ansioso para chegar lá e ir bem.
Do que sentirá saudade?
Do vestiário. Tenho muitos amigos no Inter, comecei minha carreira aqui. Querendo ou não, o jogador cria uma afinidade muito grande. Vou sentir saudade do vestiário, do clima, de todo mundo brincando. Lá, os caras vão brincar e eu nem vou saber o que estão falando. Isso vai ser o mais difícil para mim. Vou fazer de tudo para aprender o quanto antes o Inglês. Mesmo que eles queiram ajudar, se o cara não fala a língua, como vão se entrosar? Vão resenhar comigo como? (Risos). Vou caprichar bastante no Inglês.
A despedida do Inter
Vai bater a saudade na hora de ir embora, no último dia no Beira-Rio. Vou passar por todos os campos ali, andar, refletir um pouco. Mas eu quero isso para mim. É da minha vontade. Vou seguir em frente, buscar outras coisas, mais experiência. E agradeço ao Inter pela ajuda. Agradeço a todo o pessoal que trabalha no vestiário. Temos tudo ali para fazer nosso papel. Muitas vezes, não vemos quem está em volta, os roupeiros, as tias que limpam. Vou sentir falta de tudo isso. É complicado. Mas já sofri muito com saudade.
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