Crucial. Assim Mauro Galvão define o momento em que os 23 jogadores veem seus nomes na lista da Copa do Mundo. Ele fez parte da defesa titular na Copa de 90, no esquema 3-5-2, pouco comum para a época, armado pelo técnico Sebastião Lazaroni.

— A maioria já tem ideia do que vai acontecer na convocação, mas é claro que fica a expectativa. Quem fica mais ansioso são os que estão na dúvida, como Ronaldinho, Neymar e os laterais-esquerdos. É um momento crucial — disse o ex-jogador, atualmente gerente de futebol do Vitória.

O ex-zagueiro, que no final da década de 80 defendia o Botafogo, havia participado de toda a preparação para o Mundial. Fez parte do time que conquistou a Copa América em 1989. Mesmo assim, parou para esperar a convocação de Sebastião Lazaroni para a Copa de 1990, na Itália.

— Era à tarde, como hoje. Fiquei em casa para acompanhar o anúncio pela TV. Depois recebi muitos telefonemas de amigos e parentes. É um momento de muita satisfação.

Depois de ser confirmado na Copa, Galvão conta que não mudou nada em sua rotina para se preparar para o Mundial. Ele garante que sempre evitou excessos de comida e bebida, por isso apenas esperou a hora de viajar.

— Segui com a vida normal. Nunca precisei de concentração, pois desde garoto me cuidava muito. Meu pai sempre me ensinou isso. Por isso joguei dos 17 aos 40 anos.

Antes mesmo da convocação, Galvão recorda um momento de tensão após o jogo contra o Chile, no Maracanã, quando o goleiro Rojas fingiu ter sido atingido por um foguete lançado ao campo.

— Na Seleção você sempre está esperando uma confirmação. Tivemos um episódio complicado que foi o jogo contra o Chile no Morumbi. Gerou uma expectativa muito grande sobre qual seria a decisão da Fifa. No fim, quando descobriram a fraude, eles excluíram o Chile por duas Copas, baniram os jogadores envolvidos e o Brasil foi confirmado. Foi um alívio muito grande — lembra.