Os jornais uruguaios são só elogios ao grande momento do Cerro, avdersário do Inter pela Copa Libertadores na próxima quarta-feira, às 21h50min, no Beira-Rio. No último sábado, o time superou o poderoso Nacional por 3 a 1 depois de 20 anos sem vencer o rival. Em coluna publicada no Ovación, suplemento esportivo do El Pais, um jornalista uruguaio demonstra espanto com os bons resultados dos pequenos clubes uruguaios este ano.

Sob o título "Equipes pequenas com coração grande", o colunista afirma:

"Não há uma explicação racional. Como é possível que Cerro jogue de igual para igual com o Inter de Porto Alegre? Como pode ganhar dos equatorianos, com figuras de renome e com um poder econômico tremendo? E a do Racing? Outra campanha para muitos inexplicável, mas que segue de vento em popa na Copa Libertadores. Como pode vencer o Poderoso da Montanha? O que leva as equipes pequenas do Uruguai a golpear os grandes da América? Resposta simples: sua enorme entrega e coração. Além do futebolístico, da condução dos dirigentes, da tática e da técnica, aflora o velho temperamento dos futebolistas uruguaios.

Em sua crônica de jogo, o La Republica relata a euforia da torcida:

"O 'Cerro, Cerro' se transformou em uma postura frente à vida, um lema guerreiro contra os rivais invisíveis de todos os dias, muito mais importantes e difíceis de superar que os ciorcunstanciais adversários esportivos. O 'Cerro, Cerro' repetido mil vezes na tarde de sábado nasceu das entranhas de uma torcida que pôde exteriorizar a tensão contida em um momento muito especial para o clube, porque depois de algum tempo de postergações, por fim voltou novamente a ver sua equipe jogando em 'seu' estádio, com sua gente, em seu bairro, e por si foi ganhando com luz o confronto".