Esportes | 25/03/2010 07h47min
A Arena do Grêmio já tem data de início (em junho deste ano) e de conclusão das obras (dezembro de 2012) no bairro Humaitá, zona norte de Porto Alegre. Mas ainda divide conselheiros. Integrantes de um dos movimentos políticos do clube consideram que as penhoras do Olímpico, o financiamento da obra e o uso irregular do terreno da Arena poderão impedir o início dos trabalhos.
Para receber sua nova casa, o Grêmio terá que repassar o Olímpico livre de penhoras à construtora OAS. Começam aí as divergências entre o conselheiro Flávio Jacobus, integrante do Grêmio Acima de Tudo, e Adalberto Preis, presidente da Grêmio Empreendimentos. Segundo o primeiro, as penhoras deverão ser pagas até o início das obras.
Para Preis, a desoneração dura três anos e coincidirá com o final da obra. Além disso, segundo ele, a OAS já concordou em transferir penhoras do Olímpico a outros imóveis.
O gerente jurídico Cláudio Batista adianta que a única penhora que hoje recai
sobre o estádio é uma dívida fiscal de
cerca de R$ 100 milhões, repactuada no Timemania. O Grêmio procura em Brasília repassar a penhora a terrenos no Cristal ou Eldorado do Sul.
— Há credores que não solicitaram a penhora. Eles podem anular a obra na Justiça se não forem pagos — afirma Jacobus.
Ainda segundo o conselheiro, na área da Arena seria construída a Universidade do Trabalho pelo Círculo de Operários. A venda do terreno para a OAS, portanto, seria ilegal. Preis diz que a discussão está “totalmente desatualizada”, pois uma lei estadual de dezembro de 2008 autoriza ali a construção da Arena. Em troca, a OAS vai erguer a Universidade do Trabalho na zona sul da Capital.
Em entrevista coletiva, a OAS informou que o BNDES aguarda o licenciamento da obra para conceder financiamento. Espera obter 45% dos R$ 400 milhões que serão gastos. Os outros 55% serão recursos próprios.
Segundo Jacobus, o descumprimento de uma das cláusulas, que previa liberação do
financiamento até 5 de março, poderia anular o contrato.
O conselheiro também estranha a alteração do contrato original, que previa a participação do Grêmio nos lucros gerados pelas outras unidades do negócio, como os empreendimentos comerciais e residenciais.
— O contrato nunca foi alterado — garante Preis.
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