| 19/03/2010 12h23min
A incerteza sobre o destino da próxima edição do Rali Dakar deixa pilotos e navegadores na expectativa. A demora talvez se deva a múltiplos fatores que precisam ser avaliados. O diretor da ASO, que organiza a prova, Etienne Lavigne, tem nas mãos uma equação um tanto confusa para resolver.
Após a segunda realização da prova na América do Sul, havia três fortes hipóteses para o futuro do rali mais difícil do mundo. Uma era a permanência na Argentina e no Chile. Este último, inclusive, manifestou grande interesse em assumir a largada ou a chegada da competição. Entretanto, os terremotos que abalaram o país talvez mude as prioridades do novo governo que acaba de tomar posse. Especula-se que o Chile teria de investir cerca de € 7 milhões para sediar o evento pelo terceiro ano consecutivo.
Outra tendência que parecia ser forte para janeiro de 2011 seria o retorno do Dakar à África, mas com um novo percurso, cruzando Tunísia, Líbia e Egito, com a chegada nas famosas pirâmides. Teoricamente, este seria um percurso livre das ameaças terroristas, que causaram o cancelamento do Dakar em 2008.
A alternativa parecia viável, já que após um longo e conturbado relacionamento da Líbia com a Europa Ocidental e também com os Estados Unidos, havia uma certa harmonia. No entanto, ela foi afetada novamente pela tensão que recomeçou, e a Líbia declarou embargo comercial e econômico à Suíça, uma semana depois de Muammar Khadaffi, líder libanês, ter convocado uma "jihad" (luta armada) contra o país europeu, em represália pela recente aprovação de um referendo que impõe restrições à construção de minaretes em mesquitas.
As relações entre Líbia e Suíça estão ruins desde julho de 2008, quando Hannibal, filho da Khadaffi, foi brevemente detido em Genebra. O problema piorou quando a Líbia reagiu prendendo e confiscando o passaporte de dois empresários suíços - Rashid Hamdani e Max Goeldi.
Existe uma terceira alternativa. E ela seria o retorno ao percurso original, com a saída de Paris e a chegada em Dakar, capital do Senegal. No entanto, ela parece pouco provável, já que tanto os competidores como os patrocinadores não estariam dispostos a correr os riscos de enfrentamento com grupos armados locais ou até mesmo ameaças da Al-Qaeda.
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