Esportes | 01/03/2010 07h31min
O Inter não sabe mais o que fazer com o atacante Walter. Pensou em aplicar alguma sanção disciplinar, mas talvez providencie tratamento psicológico. O certo é que os dirigentes estão assustados com o jogador, que desapareceu dos treinos de sexta-feira e sábado e segue incomunicável no seu apartamento, em companhia da namorada.
Ontem, não fez contato. Ninguém sabe se aparecerá no treino de hoje, às 10h30min.
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O centroavante, que entrou no segundo tempo contra o Emelec e foi decisivo na virada por 2 a 1, não gostou da crítica do técnico Jorge Fossati, que fez
ressalvas à sua produção nos treinos. Walter se irritou.
— Ele diz para os
amigos que quer treinar em separado. Para mim, afirmou por telefone que está sem cabeça e que está mal. É caso para punição, obviamente. Mas também precisamos ver se é caso de terapia. Do jeito que a situação está, precisamos ter cuidado para não deixar tudo pior — afirmou Fernando Carvalho, perplexo.
No apartamento de Walter Henrique da Silva, 20 anos, no bairro Menino Deus, o porteiro está orientado a não deixar ninguém entrar, a não ser a namorada. Dirigentes e a assistente social Bernadete Guichard estiveram no prédio, mas esbarraram no portão. Digitaram o número do apartamento. Ninguém atendeu. Walter estava em casa, mas entrou em contato com a portaria e reforçou o pedido para não deixar ninguém subir.
Ontem, o centroavante saiu do apartamento um pouco antes do meio-dia, com a namorada. Deixou as janelas abertas e não comentou quando voltaria. Conforme relatos de vizinhos, é visto vez por outra saindo do edifício de bermudas e chinelos. No dia seguinte ao
sumiço, até comentou em tom de
brincadeira quando lhe mostraram imagens suas nos jornais:
— Saí bem na foto, hein?
O que o Inter sabe a respeito dele vem de informações colhidas com jogadores que falaram com ele por telefone. E são desencontradas. Algumas apontam para um jovem desanimado com a falta de incentivo de Fossati, decidido a treinar em separado até encontrar um rumo na carreira. Dois quilos acima do peso considerado ideal (83 quilos) a direção concordou com o puxão de orelhas. A situação coincidiu com o retorno de sua mãe para Recife. O Inter cogita trazê-la de volta.
— Se soubéssemos disso, não o teríamos inscrito na Libertadores — desabafou Carvalho.
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