Depois da façanha de eliminar o Inter no Beira-Rio, o Novo Hamburgo está decidido a usar todos recursos possíveis na tentativa de repetir a dose contra o Grêmio e garantir vaga na final do Gauchão neste domingo.

Contra o Inter, o técnico Gilmar Iser se valeu de comentários do Pedro Ernesto Denardin, narrador e apresentador da Rádio Gaúcha e da TV COM, para motivar o time. O Pedro — como todos os analistas lúcidos de futebol, aliás — classificou o Inter de favorito. Segundo Iser, o artifício foi usado no vestiário para tocar o orgulho do Novo Hamburgo.

Agora, contra o Grêmio, o plano é reproduzir o golaço de Chicão no finzinho da partida diante do Inter, responsável por colocar o Novo Hamburgo nas finais da Taça Fernando Carvalho. Antes da entrada em campo, depoimentos de familiares dos jogadores serão mostrados. O material está sendo recolhido.

O Grêmio parece preparado para não pecar por soberba. O preparador físico Paulo Paixão, experiente em tratar os aspectos emocionais das decisões, garante que tais artifícios não adiantarão.

— O Grêmio sabe que precisa ganhar até amistoso nesse momento. E sabe por que? Por que estamos retomando a nossa auto estima. Precisamos vencer e nada vai nos tirar deste caminho — avisou Paixão.

De qualquer forma, não está errado o Novo Hamburgo. Um clube com menos estrutura, que luta com dificuldades no Interior para se manter em atividade o ano todo, quando está diante de um jogo importante assim, tem mesmo que adotar táticas de guerrilha.

Qualquer artifício legal e ético é válido para tentar equilibrar um confronto que, pela natureza dos dois times, é totalmente pró-Grêmio. Se for uma batalha normal, ganha o Grêmio.

Por isso Gilmar Iser vai recorrer ao lado emocional, tentando tirar o impossível de sua equipe. O treino secreto em Nova Hartz se insere neste contexto. Por tudo isso, vai ser uma final de turno com cara de decisão. O que é ótimo para o campeonato.