Se o Inter for mesmo para a estreia da Libertadores contra o Emelec, no dia 23, sem Giuliano, Jorge Fossati vai repetir Abel Braga. Lembram quando Abel resolveu condenar Alexandre Pato à reserva em nome de Michel, em 2007, igualmente na mais importante competição das Américas?

Deixar Giuliano na reserva, se não é igual ao surrealista episódio Alexandre Pato patrocinado por Abel, é parecido.

É o que pode acontecer hoje, diante do Juventude, valendo vaga na semifinal do primeiro turno do Gauchão. A diferença está apenas em quem entra. Edu é muito mais jogador do que era Michel, hoje na reserva do Novo Hamburgo. Nem dá para comparar.

Mas o gesto de sacar o melhor do time por alegações táticas é o mesmo. E, convenhamos: é incompreensível.

Giuliano terminou 2009 em alta, com ótima participação no Mundial Sub-20. Quando foi para a seleção, o Inter caiu de produção. O rendimento só cresceu a partir do seu retorno. Por conta disso, o clube desembolsou R$ 7,5 milhões para ser o dono da totalidade dos seus direitos econômicos. Tudo isso para ser reserva?

Nem aquele argumento muito usado por treinadores (e não raro com razão), de que se trata de um meia preguiçoso, alheio às lides defensivas, desinteressado, mais preocupado em aparecer para a torcida pode ser mencionado.

Giuliano é o oposto disso: é solidário, obediente, disciplinado. Está sempre pronto a socorrer o companheiro em apuros. Como faz tudo isso com qualidade técnica superior, é quase o jogador perfeito para um técnico. Menos para Jorge Fossati, ao que parece.

O técnico uruguaio está arrumando atritos internos e com a torcida sem necessidade insistindo em colocar o melhor jogador do Inter na reserva às vésperas de estrear na Libertadores.

E quando D'Alessandro voltar? Se nem sem o argentino Giuliano tem posição garantida, imagine quando D'Ale voltar.

O Inter sem Giuliano pode até dar certo hoje, contra o fraquíssimo Juventude, mas para o resto da temporada é um erro. Dos grandes.