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 | 27/01/2010 05h29min

E se D’Ale assumisse o papel de craque a partir de hoje?


Times campeões sempre exibem um craque na fotografia. Ou algo perto disso. Pode não ser um gênio como Falcão, só para ficar no melhor exemplo em 100 anos de Inter, que hoje estreia os titulares no Gauchão contra o Juventude. Mas tem que ter, ao menos, um jogador diferenciado.

Daqueles que fazem o coração do torcedor acreditar sempre em um lance decisivo, mesmo quando nada dá certo e tudo caminha para a chatice do fim modorrento e burocrático. Sabe o gol de Nilmar quase no finzinho da prorrogação na final da Copa Sul-Americana de 2008, contra o Estudiantes, no Beira-Rio? É isso.

Giuliano terminou 2009 em ótima fase, mas ainda é D’Alessandro o jogador que pode encarnar este necessário papel de protagonista.

Talento o argentino tem. Ninguém duvida. O problema é, e sempre foi, cabeça. O temperamento explosivo, às vezes até paranóico (é o que se comenta no vestiário), compromete a criatividade da canhota. Foi assim no ano passado. E antes, na passagem por Espanha e Alemanha. Mas o principal existe: talento.

Não é de se duvidar: o Inter caminhará para onde apontar a temporada de D’Alessandro.

Se a cobrança do técnico Jorge Fossati der resultado e ele encarar o primeiro semestre como o da sua carreira, mirando o sonho de disputar a Copa do Mundo, o horizonte se abre para o Inter na Libertadores. O espírito da Libertadores é argentino. Nós, brasileiros, aprendemos a vencê-la com eles.

Com D’Ale assumindo o posto de craque do time, é possível. Do contrário, vai ficar difícil.

O Corinthians tem Ronaldo Fenômeno. O Flamengo exibe Petkovic e Adriano Imperador. O Cruzeiro se apresenta com Kléber Gladiador e por aí segue o baile. O Inter precisa ressuscitar D’Ale. Se isto acontecer, todo o resto vem de arrasto.

Com um craque no time, o médio vira bom, o bom se torna muito bom e o ruim não compromete.

Mas é preciso D’Ale querer. Assisti ao treino do Inter, ontem. Vi o argentino correndo, dividindo, se empenhando em ser um meia que marca forte e ataca com volúpia. Até numa brincadeira com Sandro, após o trabalho, ele deslizou alguns carrinhos. Mas isso é treino. É preciso vê-lo em jogo de verdade.

Para além da estreia dos titulares no Gauchão e as observações acerca do esquema tático de Fossati, se 3-6-1 ou 3-4-3, o jogo de hoje à noite contra o Juventude vale pelos indícios: o que D’Ale pretende em 2010?

Desconfio que os caminhos do Inter na Libertadores passam pelo seu camisa 10.

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