| 05/01/2010 07h02min
– É da Auto Mecânica Arruda?
– Isto. No que posso ajudar?
– Gostaria de falar com Osvaldo. É do Diário Gaúcho...
– Sou eu mesmo, Osvaldo Vital, o campeão mundial!
Foi com esta rima, seguida por uma gargalhada, que o ex-armador gremista apresentou-se à reportagem na conversa telefônica. Ele é o sétimo ídolo da série “O que faz da vida” – que, desde o dia 28, reúne 11 ex-jogadores da Dupla indicados por leitores.
Os seis ex-atletas já apresentados nesta série (Mazaropi, Alfinete, Figueroa, Ancheta, Vacaria e Caçapava) têm algo em comum: foram ou são treinadores. Osvaldo, 50 anos, é uma raridade entre ex-boleiros de renome. Desde que abandonou o futebol, em 1992, dedica-se à oficina que o irmão Vladimir e o sócio Arruda abriram quatro anos antes em Santa Bárbara d'Oeste, interior paulista.
– Sou o responsável pela parte das peças, não ponho a mão na graxa. Deixo para quem
entende!
Assim, o armador campeão do mundo e da Libertadores pelo Grêmio em 1983 consegue
viver com a família, algo raro na rotina esportiva. Osvaldo é casado com Kátia e tem duas filhas: Marcielly e Mirela.
- Projeto para 2011: ser treinador
Mas e o futebol que o consagrou como grande articulador do Tricolor entre 1983 e 1987, Osvaldo?
– Recebo convites para trabalhar em clubes, mas não me sinto preparado...
Então vai se aposentar na mecânica? A pergunta retira dele uma confissão. Tem projeto para ser treinador, sim. E será em 2011.
– Até lá vou fazer cursos. Tenho um acerto verbal para treinar o União Barbarense na Copa São Paulo de Futebol Júnior.
- Retorno à Capital é desejo da família
Detalhe: o time é da sua cidade, o que unirá suas duas paixões: o futebol e a família. E, entre os planos para o futuro, o Grêmio não está descartado.
– Minha mulher e a Marcielly são gaúchas. Se dependesse delas, já
teríamos voltado a morar em Porto Alegre. Se isto ocorrer, vou bater na porta do Olímpico! – diz, ao dar risada.
Como
mantém a mesma aparência dos tempos de volante, nem será preciso apresentar-se como “Osvaldo Vital, o campeão mundial.”
- Ficha do ídolo
- Nome: Osvaldo Luiz Vital, 50 anos (9/1/1959, em Santa Bárbara d’Oeste-SP)
- Onde mora: Santa Bárbara d’Oeste, com a mulher Kátia e as filhas Marcielly e Mirela
- O que faz: sócio em oficina mecânica
- Ano da estreia: 1978, na Ponte Preta
- Ano do adeus: 1992, na Ponte Preta
- Clubes como armador: Ponte Preta, Grêmio (1983 a 1987), Santos, Vasco da Gama, Coritiba e Comercial-SP (Ribeirão Preto)
- Títulos no Grêmio: Mundial e Libertadores (1983) e dois Gauchões (1985 e 1986)
- Fundo do baú
- O jogo da vida: Estudiantes 3 x 3 Grêmio, pela Libertadores (8/7/1983). Foi a primeira vez que temi não sair vivo de um campo. Já na chegada, nosso ônibus foi
apedrejado. Abrimos 3 a 1 e levamos o empate. Até foi bom, não sei se o alambrado resistiria. O ponto bastou para ir à final.
- Alegria no
futebol: ser campeão mundial. Mas não esqueço que, pela Ponte, fiz o gol do 1 a 0 no maior público do Olímpico (98 mil pessoas, na semifinal do Brasileiro de 1981). Graças àquele jogo fui comprado pelo Grêmio.
- Se pudesse voltar no tempo: não mudaria nada.
- Aprendizado na pior derrota: fui vice do Paulistão em 79 e 81. Pensei que minha sina era ser pé-frio. Mas nunca desisti e virei vencedor!
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