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 | 04/01/2010 10h17min

Ex-volante Caçapava revela talentos em escolinha no Interior do Maranhão

Ídolo colorado mora sozinho na cidade de Timon

Felipe Bortolanza  |  felipe.bortolanza@diariogaucho.com.br

Luís Carlos Melo Lopes, o Caçapava, volante colorado de 1973 a 1978, está longe dos gramados desde 1987. Mesmo assim, mantém o contato com a bola ensinando jovens atletas em uma escolinha de Timon, Maranhão, a 1,2 mil km de distância de Palmas, no Tocantins, onde o consulado do Inter resolveu manter contato com o ex-atleta.

Colorados de Palmas (TO) costumam se reunir para assistir aos jogos do time. Para o Gre-Nal do dia 25 de outubro de 2009, eles decidiram convidar um ídolo do passado. Escolheram Caçapava, 55 anos, que aceitou, mas pediu ajuda para pagar a passagem... de ônibus. Depois de quase 20 horas de estrada, o ex-jogador encontrou com Cláudio e 300 colorados.

– Pelo Inter, a gente não mede esforços. Foi um final de semana perfeito, com vitória sobre o Grêmio (1 a 0) e novas amizades – revelou o ex-volante.

Com problema cardíaco e pesando mais de 100kg, toma seis remédios por dia. Mas ele esqueceu de levá-los a Palmas. A emoção do Gre-Nal e o vinho que regou o costelão levaram-no ao hospital.

– Fraco, parecia que ia desmaiar. Melhorou em dois dias – contou Cláudio.

Em Timon, trabalha com 800 crianças

De volta a Timon, Caçapava seguiu sua rotina simples. Mora em uma casa de quatro cômodos, numa rua sem calçamento em um bairro pobre.

– Moro só, mas não sou sozinho. Tenho amigos e uma secretária que faz comida e limpa a casa – filosofou ele, que recebe notícias do Inter pelo filho Joner, ex-volante do... Grêmio.

Negando ser pai-de-santo, diz ter “faculdade mediúnica”. O que o alegra e traz grana é lidar com 800 crianças em um centro esportivo. A carreira de treinador, que o levou ao Nordeste em 1989, não deslanchou. Prefere revelar talentos. Nas horas vagas, bate um bolinha.

– O médico me liberou. Mas devagar, para o coração aguentar.

Ficha do ídolo
Nome: Luís Carlos Melo Lopes, 55 anos (Caçapava do Sul, em 26/12/1954)
Onde mora: Timon-MA, sozinho
O que faz: trabalha com crianças em um centro esportivo, revelando talentos para o futebol
Ano da estreia: 1972, no Inter
Ano do adeus: 1987, no Fortaleza
Clubes como volante: Inter (1973 e 1978), Corinthians, Palmeiras, Vila Nova-GO, Novo Hamburgo, Ceará e Fortaleza
Clubes como treinador: Flamengo-PI, River-PI, Piauí e Juventude-MA
Títulos no Inter: dois Brasileiros (1975 e 1976) e quatro Gauchões (1974 a 1976 e 1978)

Fundo do baú

- O jogo da vida: é inesquecível a semifinal do Brasileirão de 1975. O Inter fez 2 a 0 no Fluminense diante de 98 mil pessoas. Ninguém acreditava que um time gaúcho calasse o Maracanã.

- Alegria no futebol: ter vencido aquele Brasileiro, o primeiro de um time do Estado. A vibração no Beira-Rio foi inigualável. Foi uma emoção grande para minha família e para toda a minha cidade, Caçapava do Sul.

- Se pudesse voltar no tempo: não mudaria nada, só tenho de agradecer a Deus.

- Aprendizado na pior derrota: considero uma derrota ter sido cortado da Seleção que foi à Copa de 1978. Joguei as Eliminatórias e o técnico Coutinho me cortou na hora do bem bom. Aprendi a levantar a cabeça, porque futebol vive também de politicagem.

DIÁRIO GAÚCHO
Arquivo Pessoal  / 

Caçapava trabalha com 800 crianças em um centro esportivo
Foto:  Arquivo Pessoal


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