| 08/12/2009 05h40min
Valdir Friolin
Que notícia para o Inter. Wanderley Luxemburgo não vem mais. É o que garante Gilmar Veloz, um dos empresários mais respeitados do país. Então, o Beira-Rio está livre de confusão e arrogâncias em 2010. Para tentar o bi da Libertadores, nada melhor do que paz e harmonia.
Não tenho nada contra Luxemburgo. Vou além: aí está um homem que entende de futebol como poucos no mundo. Não fosse assim jamais teria conquistado tantos títulos ou seria lembrado para a Seleção Brasileira e Real Madrid. Mas este Luxemburgo supercampeão
não existe mais. É passado.
O Luxemburgo do presente é um técnico que foi mal no Palmeiras, mesmo com todo o dinheiro da Traffic à
disposição. Bastou ele sair do Parque Antártica que as vitórias voltaram. Depois, foi para o Santos. Faltou pouco para não lutar contra o rebaixamento.
Enquanto isso, o que Luxemburgo fazia? Concedia entrevistas. Sobre tudo: calendário, renovação de jogadores, Seleção, Comissão Nacional de Arbitragem, o andamento do campeonato, quem vai para a Libertadores, quem cai, física quântica, semiótica e fissão nuclear.
O ex-futuro técnico do Inter versava sobre todo e qualquer assunto como se autoridade fosse. Falava sobre si mesmo, sobre os outros, sobre como faria se estivesse no lugar dos outros. Antes de Mário Sérgio, o Inter o sondou em sigilo, mas ele trombeteou o convite para os quatro cantos. Deselegância, para dizer o mínimo.
Se viesse mesmo para o Beira-Rio, Luxemburgo traria na bagagem excesso de peso de conflitos. Como haverá muitas viagens em 2010, a cota iria aumentar. Fábio Mahseredjian, um profissional de Seleção Brasileira, recusou-se a
trabalhar com ele e Antônio Melo, seu
homem forte da preparação física. Poderia citar uns quatro treinadores, todos conhecidos, que não se sentariam à mesa com o ex-futuro técnico do Inter. Luxemburgo não é exatamente um profissional que semeie carinho e compreensão por onde passa.
Depois de um ano como o de 2009, tão conturbado no vestiário e fora dele, tudo o que o Inter não precisa é de um comando que atraia mal-estar e confusão. E o Luxemburgo de hoje, sem as vitórias que lhe serviam de álibi, é isso. Não sei quem será o técnico do Inter. Mas já sei que será uma opção melhor do que Luxemburgo.
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