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 | 07/12/2009 11h30min

Após ganhar a Copa SC, diretor do JEC fala dos projetos para a próxima temporada

Nereu Martinelli espera conseguir mais dois patrocínios para montar um elenco forte para disputar a Série D

João Kamradt  |  joao.kamradt@an.com.br

Passavam das 9h de domingo quando Nereu Martinelli, homem-forte do JEC, acordou. O sono poderia ser mais longo, mas o celular que tocava despertou o responsável direto por dar ao Tricolor um lugar na Série D de 2010. Faziam dois meses que Nereu não consequia dormir direito. Na noite anterior, o sono veio pesado. O motivo foi a conquista da Copa Santa Catarina com uma vitória de 1 a 0 do Joinville sobre o Metropolitano. Aos 19 minutos do segundo tempo, Lima, com a tradicional paradinha, cobrou pênalti e fez o gol da vitória.

Toda a alegria da torcida nas arquibancadas contrastava com a expressão tensa e preocupada que acompanhava Nereu nos momentos anteriores ao jogo. Mas tudo mudou para uma postura relaxada na manhã seguinte. Bem humorado, ele aceitou receber a reportagem de A Notícia para conversar sobre o assunto que mais ocupa o seu dia a dia: o Tricolor joinvilense.

Foram dois anos sem calendário e agora o JEC volta a figurar em uma série do Brasileirão, a D. Visivelmente aliviado com o resultado, Nereu é uma espécie de psicólogo, amigo, pai, irmão e chefe dos jogadores. Durante o papo, comentou sobre o desempenho da equipe que disputou a Copa SC, sobre o futuro do grupo e do técnico Sergio Ramírez. Também revelou os planos do clube para o próximo ano — que para o JEC, começou quando todos (atletas e torcida) ergueram a esperada taça, na noite de sábado.

Base da Copa SC

— A ideia é manter a base que foi campeã da Copa SC. O Fabiano renovou até 31 de dezembro de 2010. O Elton, que tem contrato até o final do mês (volante emprestado pelo Vitória/BA), tem uma situação complicada. Com a troca de técnico do Vitória, ele deve ser chamado. O Lino, que veio para testes, está sendo avaliado. Com o Lima é complicado. Tem contrato até 15 de maio. Empresários do Japão estão observando o jogador — falou Nereu.

Peso

— Para o Joinville, a Copa SC tem o mesmo peso do que um título do Catarinense. A conquista era fundamental para chegarmos na Série D. Tudo isso em função do JEC não ter calendário nos dois últimos anos. Até um tempo atrás, essa Copa não tinha importância. E se agora ganhou todo esse peso foi por causa da necessidade do Joinville voltar ao nacional.

Alívio

— A vitória me traz um alívio imenso. Eu abdiquei do trabalho em prol do JEC. Eu fui o responsável por todas as contratações. O presidente (Márcio Volgensager) me deu carta branca para realizar o trabalho. Nós fizemos um planejamento para vencer os dois turnos. Mas, por algum azar e incompetência deixamos ir para uma decisão — contou.

Mudanças

— Time que ganha se mexe, sim. Vamos fazer modificação no elenco, mas não comecei nenhuma. Estou com o telefone de uma lista de jogadores, mas não conversei com ninguém. Ao final dessa semana, vou começar a falar com os atletas. Mas estamos atrás de dois zagueiros, um lateral esquerdo e outro direito, um primeiro volante e um meia.

Investimento

— Nós temos hoje um elenco que custa R$ 180 mil. Com uma média salarial de R$ 9 mil — apenas dois atletas recebendo R$ 15 mil. Para subir para a Série C, precisamos fazer um time com, no mínimo, R$ 250 mil. Com calendário, esperamos conseguir mais dois patrocínios (um na camisa e outro no calção). Assim deixaremos o grupo qualificado — ponderou o diretor.

Ramírez

— Ele é meu amigo pessoal. E aos amigos nós sempre damos privilégio. Além disso, o relacionamento entre Ramírez e o grupo é o melhor possível. Ele tem contrato de prazo indeterminado com o JEC. A menos que receba uma proposta ou queira sair, ele continua como treinador. Ele teve proposta do Brasil de Pelotas. Preferiu ficar.

Reforma no CT

— Nós vamos desmanchar boa parte da estrutura montada no CT do Morro do Meio. Conseguimos aprovar um projeto no Fundesporte com parceria da Consul para construir um alojamento para 70 atletas e fazer mais um campo de treino. Na parte administrativa, não temos mais restrição bancária. Em 2009, pagamos R$ 1,3 milhão de débitos em ações trabalhistas — concluiu.

Fabrizio Motta / 

Nereu Martinelli contou que irá fazer mudanças na equipe, mas que ainda não começou nenhuma
Foto:  Fabrizio Motta


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