| 03/12/2009 11h12min
Ainda fica trêmula a voz do ala Ceko ao lembrar do jogo em que o Assoeva enfrentou o Cortiana pelo Campeonato Gaúcho de Futsal, em agosto. Cinco dias depois de operar os ligamentos do joelho esquerdo, sentiu seu coração disparar ao ouvir quase 5 mil pessoas gritando e aplaudindo seu nome minutos antes da partida em Venâncio Aires. Era a primeira vez que, de muletas, o ala direito da equipe da casa assistiria de fora da quadra ao time que defende desde 2008. E já foi contaminado pela Febre Amarela.
– O apoio e a vibração do torcedor fazem muita diferença. Eles são nosso sexto jogador – conta Ceko, que retornará às quadras em janeiro.
O envolvimento da cidade de pouco mais de 60 mil habitantes foi uma das principais armas do time estreante na 1ª divisão do Gauchão 2009 – antes chamada de série Ouro – para chegar à final do torneio contra o ACBF, campeão da Taça Brasil de Clubes. Por causa do uniforme amarelo da equipe de Venâncio, Febre Amarela virou o apelido da “epidemia” que mantém uma das melhores médias de público do Gauchão 2009.
Ns partidas, uma média 2,5 mil torcedores estiveram presentes. Para os universitários que nomearam a paixão pelo time em 2006 com uma faixinha no canto do ginásio – que hoje é uma bandeira de 15m – o importante é incentivar os jogadores.
– Não queremos associar a manifestação dos torcedores da Assoeva com torcida organizada. Não temos uniforme e rejeitamos os ingressos que a diretoria ofereceu porque queremos que todo mundo que está no ginásio se sinta parte da Febre Amarela – diz o torcedor João Rauber.
A fórmula tem funcionado. De acordo com a diretoria do clube, o público é predominantemente familiar e de moradores do interior do município. O alvoroço é tanto que depois do último jogo da semifinal (contra o Cortiana, dia 21 de novembro) a prefeitura chegou a receber pedidos para que transformasse o sábado da primeira final (dia 5) em uma espécie de feriado municipal. Por causa do comércio, a solicitação não foi aceita. Mesmo assim, alguns lojistas fecharão as portas durante o jogo, que começa às 9h. Segundo o prefeito Airton Artus (PDT), um telão será colocado no centro da cidade para transmitir o jogo. Afinal, até ontem, mais de 3,5 mil ingressos dos 5 mil disponíveis já haviam sido vendidos:
– A comunidade tem muito carinho por este time e o abraçou ainda mais este ano, que o Guarani (time de futebol de campo) está licenciado. A atenção está toda sobre a Assoeva.
Durante a campanha de 2009, o Assoeva só perdeu um jogo em casa. Atualmente, 70% dos custos mensais de R$ 45 mil da equipe são pagos com a venda ingressos – em 2008, o valor era de R$ 30 mil por mês. Mas segundo o diretor de futsal, Irineu Henn, para atingir o objetivo de ir à Liga Nacional, o time precisa de novos patrocinadores. A missão de bater a ACBF pode ser decisiva:
– Com essa vitória, ganharíamos visibilidade. É um sonho da torcida e dos atletas participarmos da Liga, então não vamos desistir – afirmou.
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