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 | 15/11/2009 04h57min

No Grêmio de 2010, o técnico é o que menos importa

Tudo o que o Grêmio não pode em 2010 é acreditar na mística como reforço da temporada

Atualizada às 06h51min Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



 Divulgação, Vippcom



Foi um empate com a marca da imortalidade tricolor, como brincou Victor. O Cruzeiro tinha 11 jogadores contra nove do Grêmio. Túlio e Fábio Santos foram expulsos aos 40 e 43 minutos do segundo tempo. Os 51.534 torcedores festejavam a vitória no Mineirão lotado quando Maílson lançou Maxi pela direita. Lindo passe, aliás. Maxi cruzou e Herrera empatou, aos 47: 1 a 1.

Era o velho e bom Grêmio de tantas glórias de volta, certo? Errado. Tudo o que o Grêmio não pode em 2010 é acreditar na mística como reforço da temporada. Vou além: o novo técnico é a decisão menos importante a ser tomada.

O Grêmio precisa é contratar jogadores melhores do que estes que encerram o ano sem título algum e quatro derrotas em cinco Gre-Nais. Quantos seriam titulares indiscutíveis em qualquer clube brasileiro? Victor, Rever, talvez Maxi López. Quem mais? Souza?

O jogo de ontem escancarou o problema a ser combatido. Falta qualidade. Treinador nenhum — Celso Roth, Autuori, Rospide, Adilson Batista, Fabio Capello, nenhum — faz milagre sem jogadores.

O jogo foi transmitido pela TV. É de domínio público, portanto. Se defender bem não é o suficiente, como aconteceu no primeiro tempo. Futebol é defesa e ataque. Adilson, Rochemback (especialmente este) e Túlio erraram passes demais no meio-campo. Tcheco é guerreiro, disciplinado, identificado com o clube, mas não será ele o camisa 10 capaz de fazer a diferença em um futuro Grêmio campeão. Ele é coadjuvante, não a estrela.

Não há lateral-direito. Não há lateral-esquerdo que se possa dizer: é este o dono da posição. Ontem, o Cruzeiro sempre levou perigo às costas de Fábio Santos. Quando Adilson colocou Gerrón no lugar de Johnatan, a 18 minutos do segundo tempo, instalou-se o pânico. Gilberto, autor do gol de pênalti do Cruzeiro como meia, já ocupou a lateral-esquerda do Grêmio. Hoje quem a ocupa é Fábio Santos. Qualidade, esta é a questão.

O vice de futebol Luiz Onofre Meira e o presidente Duda Kroeff estão certos: a arbitragem prejudicou o Grêmio no Mineirão. Houve pênalti de Leo Silva em Herrera. A imagem é clara. O zagueiro agarra o argentino até os dois caírem juntos. Nem entro no mérito das expulsões, embora a de Fábio Santos, ao menos, tenha sido injusta. As duas foram a partir dos 40 minutos, no fim do jogo.

Mas não foi por culpa da arbitragem que o Grêmio está fora da briga pelo título e do G-4. O Grêmio está no limbo porque não tem qualidade para ir além.

Se apostar no futuro treinador como um milagreiro capaz de transformar medianos em craques, o 2010 do Grêmio vai repetir 2009. Sem bons jogadores, não há técnico que resolva.

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