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 | 22/10/2009 05h30min

Apertem os cintos: o Gre-Nal enlouqueceu

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Como diz Paulo Sant'ana, preteou o olho da gateada.

O Palmeiras perdeu pela terceira vez seguida, desta vez para o Santo André, 2 a 0, ontem à noite. E você sabe muito bem qual o significado deste resultado exótico para o Gre-Nal de domingo.

Trata-se de uma revolução. Mudou tudo. O que era morno e sem sal agora ferverá com pimenta.

Não é de se duvidar que os técnicos Mário Sérgio e Paulo Autuori repensem suas estratégias a partir do que se viu no Estádio Bruno José Daniel. Por um motivo singelo e fundamental.

O Gre-Nal agora não encaminha só vaga na Libertadores. Agora o Gre-Nal está na rota do título para o futebol gaúcho. Se o Inter (49 pontos) ganhar, ficará a dois pontos do líder Palmeiras (54). E está nas mãos do Grêmio (44), o maior rival, evitar que isso aconteça.

De uma hora para outra, o Gre-Nal virou situação de pânico com tendência a motim. Será o mais aguerrido, o mais eletrizante, o mais dramático dos últimos tempos. Não o mais bem jogado.

Inter e Grêmio estão mal, irregulares, inconstantes, novembro vem aí sem o torcedor saber a escalação de seus times na ponta da língua, como convém a equipes amadurecidas e candidatas ao título. Mas não está escrito em nenhum código canônico do futebol que emoção tem a ver com show.

O clássico deste domingo já está emocionante agora, pouco mais de 72 horas antes de começar, graças ao novo tropeço do Palmeiras.

O Inter irá para cima, corajosamente? O fará com disposição genuína de ganhar em casa e se credenciar de verdade rumo ao título 30 anos depois de 1979, embalando no campeonato por conta dos reflexos de uma vitória em Gre-Nal?

Ou, por outro lado, adotará a cautela? Irá de três zagueiros e três volantes, a não perder, quem sabe buscando um empatezinho, apostando na derrocada dos adversários a sua frente, como tem acontecido?

E o Grêmio? Os sonhos de G-4, reforçados pela necessidade de impedir o Inter de renascer para o título, não justificariam uma postura mais ofensiva? Ou o Grêmio vai apostar só no contra-ataque, atirando a responsabilidade toda para o Inter, agora pressionado por não desperdiçar mais uma chance de entrar na briga pelo título?

O fato de não ter Tcheco e o ataque titular (Jonas e Maxi López) justifica uma postura menos ousada? Ou Douglas Costa pode ser a surpresa atacante de Autuori?

Apertem os cintos: o Gre-Nal enlouqueceu.




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