Montevidéu respira a decisão desta quarta-feira entre Uruguai e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. As rádios de esportes repetem a cada instante gols históricos, entrevistas com jogadores e depoimentos de torcedores. As redes de televisão não se cansam de promover a partida como O Jogo do Século.

Como não há mais ingressos à disposição para a torcida local, a Associação de Futebol Uruguaia decidiu liberar a transmissão do jogo para todo o país através de quatro canais abertos, além dos fechados. A previsão é de audiência recorde.

Mesmo sem a perspectiva de que mais ingressos sejam colocados à venda, alguns torcedores estão nas cercanias do Estádio Centenário esperando uma boa notícia. É o caso da estudante Laura.

– Estava viajando no feriado e cheguei hoje, fui a federação correndo e não tinha mais, cheguei aqui e também não encontrei, pelo menos se não conseguir ingresso verei pela TV – lamenta.

Uma alternativa, que não é das mais viáveis, é adquirir os ingressos através dos cambistas virtuais. No site mercado livre, muitos deles disponibilizam ingressos que na bilheteria custavam R$ 20 ao preço de R$ 250.

Por outro lado, sobram ingressos para os argentinos, foram vendidos apenas 915 de uma carga de 4 mil. Os que sobraram estão à disposição na sede da federação localizada no centro de Montevidéu.

Na manhã desta terça-feira, um grupo de argentinos que veio de Córdoba especialmente para o jogo, esperava encontrar os ingressos. Todos estavam desanimados com a seleção. O mais experiente deles, Jorge, desabafava contra Maradona:

– Está perdido, em seis partidas escalou três goleiros, assim não dá para chegar ao mundial.

A alegação pela baixa procura varia de acordo com o depoimento. Para o jornalista do Canal 13 de Buenos Aires, Guillermo Poggi, a explicação é financeira:

– Os ingressos custam de U$ 45 à U$ 90. Além disso, uma viagem ida e volta Buenos Aires-Montevidéu custa U$ 150 sem contar a hospedagem, tudo isso assusta o argentino.

Outros apostam que o momento da seleção, é preponderante na hora de decidirem por não viajar para Montevidéu.