Esportes | 09/09/2009 12h54min
O técnico Moncho Monsalve é elogiado constantemente pelos jogadores e apontado como responsável por dar um padrão tático à seleção brasileira, que no último domingo foi campeã da Copa América, em Porto Rico. Mas o jeito exigente e perfeccionista do espanhol não é bem visto pela cúpula da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Durante o torneio, as críticas do treinador em relação à organização não agradaram aos dirigentes da CBB. As informações são do GloboEsporte.com.
Outro fato que incomodou foi a maneira como ele comentou a possibilidade de renovar o vínculo com a seleção - seu contrato terminou no último domingo -, reclamando abertamente de seu salário, considerado muito baixo se comparado aos valores praticados pagos na Europa.
O estopim para o diretor da equipe, Vanderlei Mazzuchini, reclamar publicamente de Moncho Monsalve foi o modo como o treinador se referiu à chance de convocar Nenê novamente, em entrevista ao diário argentino Olé, já que o treinador não falava com jornalistas brasileiros sobre jogadores que não faziam parte do grupo.
– O Moncho fala demais sobre algumas coisas que não sabe muito bem. Eu conversei com o Nenê, que estava lesionado, e conto com ele. Nenê é um dos melhores do mundo e a gente sempre vai querer que ele venha para a seleção – reclamou o diretor no desembarque com a delegação brasileira na terça-feira, em Guarulhos.
Na linha de frente das questões relacionadas à seleção masculina de basquete, Vanderlei fala com autoridade, em nome da CBB, e não fez qualquer questão de bancar a permanência de Moncho, que está na Espanha, onde passará por uma cirurgia nas costas.
A novela sobre a permanência de Moncho Monsalve no cargo deve se alongar até novembro, quando haverá uma reunião com o treinador. Na atual temporada a seleção não tem mais nenhum compromisso. Até lá, o técnico ainda receberá mais dois ordenados. Neste período, no entanto, Vanderlei provavelmente já terá realizado sua primeira medida depois de acompanhar a seleção em Porto Rico, um projeto que pode até ser usado para forjar o substituto do espanhol.
– Em um campeonato como esse a gente volta com a cabeça cheia de coisa nova. Passo a passo temos que plantar algumas coisas. E é importante aproveitar agora porque acabamos de conquistar um título. A primeira coisa a fazer é essa escola de técnicos, a gente tem que fazer. Eu vi lá em Porto Rico e não é nenhum bicho de sete cabeças. O Uruguai já tem isso, a Argentina também, e há mais de 10 anos. Em relação a isso, estamos bem atrasados – comentou Vanderlei.
Totalmente ciente do futuro da seleção masculina, o diretor rechaçou a escolha de um treinador croata para o cargo, conforme especulado durante a Copa América:
– Se vier um croata é um sinal que eu estou fora. Não estou sabendo de nada!
Apesar do apoio que os jogadores dão a Moncho Monsalve, Vanderlei também conta com a simpatia do grupo.
– O Vanderlei, por ter sido jogador, tem uma relação muito boa com a gente. O papel dele é extremamente importante – reconheceu Marcelinho Huertas.
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