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 | 30/08/2009 05h10min

O domingo que define a vida de Grêmio e Inter

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Tudo bem que o Campeonato Brasil tem 38 rodadas e, no sistema de pontos corridos, virou chavão dizer que todo jogo é decisão. Tanto faz se o adversário é aquele inofensivo inquilino da zona do rebaixamento ou o habitual frequentador do G-4. Na matemática fria da tabela de classificação, são sempre os três pontos em disputa e nada mais. Não tem "gol fora vale por dois", o que transforma o resultado em algo secundário, muitas vezes.

Mesmo assim, tem rodadas que ficam na memória dos torcedores como aquela em que tudo começou a se decidir. É o caso desta, de hoje, no domingo de calor africano para os gaúchos. Inter e Grêmio vão sempre lembrar de Goiás e Botafogo como seus divisores de águas do Brasileirão 2009.

Para o Grêmio, é enfrentamento emblemático como foi contra Goiás no Olímpico, ano passado. Até hoje os gremistas lembram daquele jogo no qual o Grêmio saiu na frente, mas perdeu por 2 a 1 como "o jogo". Ali o time do então técnico Celso Roth deixou escapar o título, mais do que em todas as outras rodadas que permitiram ao São Paulo livrar 11 pontos de diferença e ainda ser campeão com dois de lambuja. Todas as rodadas têm o mesmo valor, mas a metade azul do Rio Grande elegeu aquela partida como a definidora de tudo. Se o Grêmio não vencer hoje pela primeira vez fora de casa, nunca mais.

O técnico Paulo Autuori teve uma semana de trabalho no Olímpico. Descansou. Se energizou. Pega um adversário em crise eterna, que não consegue sair da zona da degola. O Botafogo é 18º colocado. O Estádio Engenhão não lota nunca. Erguido em uma zona afastada demais do Rio, é de difícil acesso. A média de público do Botafogo é de cerca de 10 mil pessoas. Cabem 46 mil no Engenhão. Portanto, trata-se de um bom local para os visitantes. A pressão é zero. Não há lugar melhor para ganhar fora de casa e melhorar o constrangedor aproveitamento de 6,6% longe do Olímpico. E, a partir daí, embalar.

Para o Inter, a rodada é daquelas que vão marcar a trajetória do time no campeonato. Para o bem ou para o mal. O Inter é 4º lugar. O Goiás é vice-líder. Confronto direto, portanto. Também neste domingo, o líder Palmeiras duela com o São Paulo, 3º na tabela. Como na sequência o Inter tem o jogo atrasado diante do Atlético-MG, quarta-feira, no Beira-Rio, uma vitória hoje muda tudo. A equipe de Tite entraria na briga pelo título.

Em caso de derrota, vale o raciocínio inverso. O Goiás se distancia. Se o Palmeiras vencer, o título passa a ganhar contornos milagrosos. Tudo com o ingrediente emocional da volta de Fernandão ao Beira-Rio sem vestir vermelho. Com tantos desfalques (D'Alessandro, Sandro, Sorondo, Alecsandro, Taison), Fernandão estrearia hoje com a camisa do Inter se ele e os dirigentes tivessem entrado em acerto quando o capitão do mundo deixou o Catar. Mas quis o destino que justamente neste domingo, contra um Inter todo desfalcado, Fernandão voltasse a Porto Alegre.

Então: não é uma rodada inesquecível e emblemática para a Dupla Gre-Nal, sob todos os aspectos?


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