| 20/08/2009 05h30min
Desta vez ele, sempre merecedor de tantos e merecidos elogios, falhou. Paulo Autuori foi decisivo na derrota do Grêmio para o Santos, mais uma fora de casa, a oitava em dez jogos. Optou por Perea em vez de dar sequência a Douglas Costa, que vinha melhorando de rendimento a cada rodada.
Após nove meses parado, era prevísivel que o colombiano acusasse a inatividade. O gol nos 4 a 1 sobre o Flamengo, viu-se ontem, pode ser definido como atípico. Ali, ao barrar Douglas em nome de Perea, que seguiu até o fim mesmo sem produzir nada, Autuori reduziu as ações ofensivas do Grêmio a um só chute contra o goleiro Felipe: Jonas, de longe, lá da intermediária.
De nada adiantou chamar Douglas aos 30 minutos do segundo. Tarde demais. O gol de Paulo Henrique, quando faltavam 10 minutos para o final, revelou-se castigo
merecido para a falta de ambição do Grêmio.
A consequência da inoperância de ataque se refletiu na defesa. Houve o gol mal anulado de Germano na cobrança de falta de George Lucas (Bruno Collaço dava condição) e a bola no travessão de Victor, quando Rafael Marques quase marca contra. Além do mais, o controle territorial foi do Santos. Especialmente no segundo tempo, a partir da entrada de Neymar, cuja reserva é ainda mais inexplicável do que a de Douglas.
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Alguém poderá dizer: mas era a Vila, onde o Grêmio tem dificuldades históricas para vencer. É verdade. Mas este Santos não é nem sombra daquele de Robinho ou mesmo o da Libertadores de 2007, que tinha Zé Roberto flanando no meio-campo. É uma
equipe média, nada além disso. Como média é sua posição na tabela.
Portanto, levando-se em conta a necessidade urgente de ganhar uma partida — só uma, ao menos uma — longe do Olímpico, Autuori errou ao abrir mão de um meia-atacante. Douglas poderia ser o escape pela esquerda no contra-ataque. No mínimo.
O Grêmio que precisava ganhar fora de casa (o aproveitamento é de 6,6%) entrou para não perder. Sim, por que acertar uma só vez na direção do gol não é exatamente ímpeto pela vitória.
De certa forma, alcançou o objetivo proposto. Pena que era um objetivo errado. E medíocre para um clube que pensa em ser campeão.
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