O volante Guiñazu é a grande surpresa no time do Inter na partida deste sábado contra o Santo André, às 18h30min, no interior paulista, pelo Campeonato Brasileiro. Mas não porque o técnico Tite estivesse fazendo mistério ou algo do tipo. Simplesmente porque, há dois dias, o argentino não tinha a menor condição física para atuar.

Na terça-feira, Guiñazu deixou o Beira-Rio de muletas e com o joelho direito bastante inchado, devido à pancada sofrida na véspera na partida contra o Sport. No dia seguinte, apareceu para os treinos sem o apoio, mas caminhando com dificuldade. Tanto que o médico do clube, Carlos Poisl, classificou como “remotas” as chances dele atuar no fim de semana.

Só que com Guiñazu os prazos de recuperação são diferentes dos demais. E não é a primeira vez que acontece. Em abril do ano passado, ele passou por uma artroscopia no joelho esquerdo e voltou aos treinos com bola em apenas 11 dias. Quatro dias depois, disputou a final do Gauchão contra o Juventude.

— Eu me recuperei bem e estou à disposição do Tite — garantiu o argentino antes do embarque da delegação colorada para São Paulo.

No convívio diário com os repórteres que cobrem os treinos, Guiñazu costuma chamar a todos de “fenómeno”, assim mesmo, com o primeiro “o” aberto, como é a pronúncia em castelhano. Mas segundo o preparador físico colorado Fábio Mahseredjian, o argentino é que deveria ser chamado assim.

— Ele é uma aberração da natureza. Não sei como explicar. Nós tínhamos que estudá-lo — disse o preparador no dia seguinte ao jogo entre Inter e Flamengo, em 20 de maio, no Beira-Rio, pela Copa do Brasil.

A intensa movimentação do argentino naquela partida, que classificou o Inter para às semifinais do torneio, deixou a todos boquiabertos. Talvez a explicação mais razoável para a condição física do argentino seja a entrega, que beira a loucura como treinar de moleton e calças em pleno verão porto-alegrense, com temperatura na casa dos 30ºC.