| 28/07/2009 12h50min
Neco Varella, EFE, 20/4/2009
Sempre que posso, vou aos estádios da Dupla Gre-Nal durante a semana. Só o jogo não dá a dimensão da vida no clube. Mesmo quando o treino é fechado, é bom dar uma passada por Olímpico e Beira-Rio. A
gente sente o clima, conversa com as pessoas do dia-a-dia e, especialmente, observa. Estive no Olímpico ontem. E
consolidei uma impressão que tenho há algum tempo. Que é a seguinte:
Agora que Tcheco deve ser poupado por conta da parte física, o Grêmio bem poderia lentamente promover uma passagem de bastão e entregar a braçadeira para o goleiro Victor (foto).
Não por que boa parte da torcida tenha certa implicância com Tcheco, criando até sites pedindo a sua saída (www.saitcheco.com) e perpetuando aquela história do sumiço em momentos decisivos. Muito menos em razão da deselegância em relação a Maxi López, o bonitinho da arquibancada por definição dele mesmo. Nada disso. Tcheco tem identificação com o clube e já deu mostras de que é um bom capitão.
Mas é hora de mudar. Não pelas objeções a Tcheco, mas pelas virtudes cada vez mais notórias de Victor.
Trata-se do único jogador de Seleção Brasileira no grupo. A contestação a ele é zero. Ao contrário: a torcida o venera. E olha que
muitos tentaram assumir o posto que foi de Danrlei por mais de uma década e
não suportaram o peso do cargo. Victor está aí, firme, há quase dois anos.
O seu único defeito era a timidez. Quando chegou ao Olímpico, o jeitão calado causava estranheza, já que Danrlei era barulhento e polêmico. De uns tempos para cá, Victor encontrou o equilíbrio. Ele já cobra dos zagueiros, reclama do árbitro, se irrita quando a falta é muito forte, avança na entrevista. Não é mais o tímido de antes. Aprendeu a se impor.
Ontem, no Olímpico, bastou Victor aparecer no pátio e foi aquela gritaria dos fãs no pátio.
Em vez de nem esboçar reação, e muitos não esboçam mesmo, o goleiro sorriu, abanou, fez sinais. É um jogador que compreende a dimensão do que representa para o torcedor. Antes dos jogos, a Geral quase vem abaixo quando ele agradece o apoio, durante o aquecimento.
Victor está pronto para ser o capitão do Grêmio. Tem postura, liderança e ascendência técnica com os seus
milagres. Sim, por que capitão ruim não existe: é rejeitado pelo
grupo.
Souza também poderia ser o capitão. É o craque do time e tem decidido os jogos. Ficou com braçadeira contra o Santo André, quando Tcheco foi substituído. Seria um capitão digno. Mas ainda prefiro Victor. É mais ponderado.
E a sua opinião, qual é? Tcheco, Souza ou, como eu, Victor?
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