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 | 24/06/2009 05h10min

Alex Mineiro em vez de Herrera. E agora?

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br




Paulo Autuori se decidiu por Alex Mineiro em vez de Herrera ao lado de Maxi López, no Mineirão. Por certo, o técnico do Grêmio está pensando naquele Alex Mineiro que ele viu nascer para o futebol justamente no Cruzeiro, sob seu comando. Só pode ser. Aquele sim, fazia gols e era rápido feito um raio. Ou, de repente é isso, estou tentando encontrar uma justificativa razoável, é algo no treino fechado, nas conversas de vestiário, quem sabe o comportamento na preleção. Algo que não tenhamos visto, enfim.

Por que não há de ser pelo desempenho em campo que Autuori insistirá com Alex Mineiro em um jogo tão importante como este, uma semifinal de Libertadores.

Contando o dia de hoje, são 125 dias sem festejar um gol sequer. Mais de quatro meses. Tudo bem que houve períodos de inatividade por lesão, algumas substituições no segundo tempo e jogos na reserva. Mesmo assim. É muito tempo sem marcar gol.

Por mais que faça pivô, parede, por mais que promova lançamentos sensacionais e passes meticulosos, mesmo que ele componha o meio-campo e ajude a marcar a saída de bola, nada disso importa para um atacante se ele não marcar gols. É do que vive o atacante: gols. Não precisa ser o goleador do time, tudo bem, mas de vez em quando, ao menos, precisa comparecer no placar, como diziam os mestres narradores do passado.

Enquanto isso, Herrera pede passagem. Contra o Goiás, sofreu um pênalti e, a partir da entrada de Maxi López  no segundo tempo, empurrou o adversário para trás na base da garra. Herrera não é o atacante dos sonhos. Em determinados lances, inclusive, parece inspirar pesadelos. Mas não se trata disso. O Grêmio não tem um artilheiro capaz  de encher de esperança o coração dos torcedores, como faziam Jardel e Paulo Nunes em 1995, apenas para ficar na última conquista da Libertadores. Assim, os critérios de escolha passam a ser outros.

No caso de Herrera, estes critérios são a garra, o voluntarismo, o destemor, o envolvimento. Não sei se foi pela falta de tais requisitos que o Palmeiras liberou Alex Mineiro, mas no Grêmio ele tem sido apático. Estivesse marcando gols, não precisaria ser um guerreiro espartano como Herrera. Mas não está.

Mesmo que cale os críticos e se transforme no herói do Mineirão, ainda assim é complicado encontrar uma justificativa para a escalação de Alex Mineiro.

Mas vá lá: Autuori merece crédito. É um grande treinador. Por algum motivo ele escolheu Alex Mineiro. Quem sabe a experiência? Isso mesmo: Alex Mineiro está com 34 anos e o vasto currículo o fará se superar e dar a vitória ao Grêmio. Bem, o melhor a fazer é torcer para Autuori estar certo. Ou, ao menos, ter sorte na sua sua escolha.  


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