| 23/06/2009 22h35min
Novato na seleção, Ramires ainda guarda o sorriso inocente de quem está começando a carreira. Aos 22 anos, o meia deu um show de simpatia na entrevista coletiva que concedeu nesta terça-feira na concentração em Joanesburgo. Falou sobre a infância, as surras da avó, a boa fase no Cruzeiro, a transferência para o Benfica e a comparação a Paulo Isidoro. Sempre arrancando risos dos jornalistas brasileiros e estrangeiros. As informações são do site Globoesporte.com.
Negociado por US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 21 milhões) antes da Copa das Confederações , Ramires poderia render ainda mais ao Cruzeiro. Depois de começar no banco contra o Egito, substituiu Elano nas vitórias sobre os Estados Unidos e Itália. Foi um dos destaques da seleção e parece que não perderá a vaga contra a África do Sul, quinta-feira, na semifinal. O jogador diz que não sabe se está valendo mais agora e garante que não se arrepende de ter aceitado a proposta portuguesa.
– Não, de maneira alguma. Foi importante fazer esse negocio com o Benfica, ir para Europa. É um time grande. Quero chegar lá e fazer um bom trabalho como fiz no Cruzeiro – disse Ramires, que ainda poderá defender a Raposa no segundo jogo da semifinal da Libertadores contra o Grêmio.
Concentrado com a Seleção, o meia nem conseguiu ver a classificação do Cruzeiro no torneio. Tentou a ajuda da esposa, mas também não conseguiu. Ao contar a história, fez a imprensa rir na entrevista.
- Não vi o jogo contra o São Paulo porque foi muito tarde. Se eu ficasse vendo ia ficar nervoso e podia acontecer alguma coisa. Pedi para minha esposa mandar uma mensagem, acabou que ela não mandou também (risos). Fiquei sabendo pelos companheiros quando acordei – lembrou.
O momento mais descontraído da entrevista foi quando Ramires lembrou os tempos de “moleque travesso”, que corria para não apanhar da avó, dona Tereza. O jogador diz que foi ali que aprendeu a ter fôlego para ser o atleta da seleção que mais correu nos últimos dois jogos: 22.189 metros.
– Corria para não apanhar, né?
Segundo o meia, o segredo para ter sucesso na seleção é repetir o que vinha fazendo no clube:
– É importante fazer sempre um trabalho bem feito, ter a mesma concentração. No Cruzeiro eu estava em uma fase muito boa. Na seleção cheguei com toda tranquilidade. Estou tentando fazer o melhor para retribuir o carinho que tiveram comigo aqui – contou.
Comparado com Paulo Isidoro, ex-meia do Atlético-MG que foi titular da seleção, Ramires ficou feliz com a lembrança:
– Lá no Cruzeiro também fazem muito essa comparação. Mas acho que isso é bom, a gente trabalha para alcançar coisas importantes na nossa vida. Paulo Isidoro foi um grande jogador e estar sendo comparado a ele é porque o meu trabalho está sendo bem feito – analisou.
Para concluir a entrevista, mais risadas. Perguntado qual lance mais o marcou até agora com a amarelinha, Ramires se enrolou:
– Acho que foi o segundo gol contra os Estados Unidos. O primeiro também foi legal, assim como o terceiro (risos). Gostei dos três. Mas o segundo foi o que eu gostei mais – disse, lembrando que participou dos três gols da vitória brasileira.
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