| 19/06/2009 03h42min
Especialistas em arbitragem consultados por Zero Hora concordam com a direção do Inter, cuja indignação com o árbitro Heber Roberto Lopes prosseguia ontem. O paranaense permitiu que o lançamento a Ronaldo, do qual resultou o segundo gol do Corinthians, quarta-feira, fosse feito com a bola em movimento, o que contraria a regra.
Veja como foi o lance
O árbitro paranaense foi procurado ontem por ZH, mas passou o dia com o celular desligado. Chico Garcia, comentarista de arbitragem da Rádio Gaúcha, entende que Heber não pode ser responsabilizado diretamente pelo gol do Corinthians, já que houve toda a jogada de Ronaldo após o lançamento. Para ele, talvez o árbitro não tenha parado a jogada “para não ser preciosista”. Ainda assim, o analista não deixa de flagrar o erro.
– Em uma falta no meio-campo, como aquela, às vezes o
árbitro é cobrado se voltar o lance. O jogo pode ficar chato, truncado, se
parado a cada bobagem. Mas está na regra: a falta não pode ser cobrada com a bola em movimento, e foi – opina.
Garcia alerta ainda para a diferença entre esse lance e o gol de Alex com passe de D’Alessandro, marcado no Gre-Nal dos 4 a 1 em 28 de setembro de 2008, no Beira-Rio:
– Não há nada de errado em cobrar a falta com rapidez se a bola estiver parada, como fez o D’Alessandro. A diferença é o movimento da bola.
– Assistindo pela televisão, fiquei com a impressão de que ele sequer havia marcado a falta, até porque não aparece a imagem do árbitro fazendo nenhum movimento. Mas definitivamente a bola estava em movimento – declara Renato Marsiglia, comentarista de arbitragem do canal Sportv.
Cartões e pênalti também geram polêmica
Sobre a marcação da falta, não há dúvidas. É possível ouvir o apito de Heber na transmissão de TV. Driblado por Ronaldo no lance do gol, o zagueiro Índio disse ter sido
traído pela rapidez com que a jogada prosseguiu.
– O time ainda
estava se recompondo. Eu estava na esquerda, fora do meu lugar. Como ele (Heber) não parou a jogada, ainda tentei correr, mas aí Ronaldo deu o corte. Se houve falta, a jogada tinha que parar – reclama.
O vice de futebol do Inter, Fernando Carvalho, qualificou de “lamentável” a atuação do árbitro. Além do gol de Ronaldo, queixa-se de pênalti cometido por Marcelo Oliveira sobre o centroavante, aos três minutos do primeiro tempo.
Para Chico Garcia, houve “pênalti claro”. Em sua opinião, o fato de Marcelo ter atingido a bola antes do jogador não isenta da força desproporcional do lance, que teria impedido a jogada. Marsiglia não opinou, pois não assistiu ao lance.
Carvalho está convencido de que Heber apitou o jogo pensando no do dia 1º. Reclama que Chicão, Elias e Jorge Henrique, pendurados com dois cartões amarelos, poderiam ter recebido o terceiro, o que os retiraria do jogo de volta.
– Elias fez cinco faltas e Chicão e Jorge
Henrique, quatro. Cristian também estava pendurado, mas
não cometeu nenhuma – contabiliza Carvalho.
Apesar dos protestos colorados, o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa da Silva, voltou ontem a dar nota 8,5 para a atuação de Heber.
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