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 | 09/06/2009 14h10min

Deu no New York Times: a Dunganização do Brasil

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br











 

Foto: André Luiz Mello, AP


Não que os americanos sejam lá grandes entendedores de futebol, mas trata-se do New York Times. E, como diz o ditado, se deu no NYT, o mundo que trate de comentar. Pois o mais prestigiado jornal norte-americano publicou uma análise interessante e surpreendentemente correta acerca da Seleção Brasileira do técnico Dunga, após a goleada por 4 a 0 no decadente Uruguai. Repare só:

— Dunga fez do Brasil o time mais difícil para se marcar gols no continente. E pode-se argumentar que esse foi o fim de semana em que a "Dunganização" do Brasil finalmente criou raízes. Seis jogadores defenderam o tempo inteiro. Os meias recuaram ao menor sinal de perigo. Até Robinho, até Kaká, até Luís Fabiano trabalharam quando o Uruguai atacou. Mas como eles correram, como se empenharam em investidas afiadas e dinâmicas pelo meio da defesa uruguaia quando o contraataque estava em curso.

Leia o texto inteiro aqui.

Em tempo: o termo "Dunganização" nada tem a ver com a Era Dunga, expressão infeliz e injusta que carimbou com o nome do volante o futebol medíocre do 3-5-2 do técnico Sebastião Lazaroni na Copa de 1990.

A "Dunganização" do NYT é disciplina, organização, o coletivo em detrimento do individual. É um elogio a um processo de comprometimento com a camiseta da Seleção, em contraposição ao desleixo das estrelas em 2006, na Alemanha  — aí incluído Ronaldo Nazário, que se apresentou com 100 quilos.

O Brasil de Dunga não faz mesmo do talento individual a sua virtude maior. Lucas é mais talentoso do que Gilberto Silva, mas o volante do Liverpool nem convocado está. Gilberto Silva dá conta do recado e, sendo assim, não há motivo para arriscar uma renovação com o ex-gremista. É assim que pensa Dunga.

Alexandre Pato é candidato a virtuose, mas Luís Fabiano segue marcando seus gols. Assim, é ele o titular: eficiência, resultado. Há outros exemplos, mas fiquemos nestes dois. Pode ser que, lá adiante, na Copa de 2010, na hora decisiva diante das superseleções, nos falte o talento individual que sempre foi o "algo mais" brasileiro contra os europeus. Mas não há como criticar Dunga por vencer ao seu jeito.

Bem, mas o certo é que deu no NYT a "Dunganização" da Seleção que enfrenta o Paraguai amanhã, em Recife, para ser líder das Eliminatórias em caso de vitória.



Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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