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 | 29/05/2009 04h10min

Autuori prepara time para jogar no esquema 4-4-2

Técnico relata os passos da transformação tática sem traumatizar equipe

David Coimbra, Enviado Especial/Caracas  |  david.coimbra@zerohora.com.br

O Estádio Olímpico da Universidade Central da Venezuela já estava quase vazio, as luzes começavam a se apagar e os jogadores do Grêmio aos poucos saíam do vestiário para entrar no ônibus que os levaria para o Aeroporto de Caracas, onde embarcariam de volta ao Brasil. O técnico Paulo Autuori, vestido com o abrigo do clube, continuava parado sob as marquises do estádio, de pé, conversando com alguns poucos jornalistas brasileiros. Parecia aliviado com o empate recém-arrancado ao Caracas. Mas, ao mesmo tempo, demonstrava certa preocupação.

Autuori já identificou os problemas do Grêmio, mas sabe que não existe outra forma de solucioná-los, senão com cautela. Afinal, o time se encontra em plena fase de decisão da Libertadores e não pode vacilar no Brasileirão, sob pena de ficar muito atrás. O jeito de enfrentar esse impasse foi mudar aos poucos, como repetiu nas conversas sob a marquise do estádio.

– Estamos fazendo um 4-4-2 disfarçado – disse, referindo-se ao segundo tempo da partida contra o Caracas, quando Ruy jogou mais como meio-campista.

Está clara a disposição de transformar o esquema de três zagueiros num 4-4-2 ortodoxo, mas como fazer isso sem traumatizar uma equipe que, bem ou mal, segue invicta na Libertadores? E como fazer isso sem dispor das peças ideais para a transição?

Naquela conversa com Autuori ficaram claros os dilemas do técnico. Ei-los:

Laterais

Ruy é um ala com os vícios típicos dos alas: não é ponta, nem lateral; não se atém à marcação, sobe e não volta. Mas não há quem o substitua. Logo, para que Ruy jogue, e Ruy tem de jogar, é preciso haver um terceiro zagueiro ou um volante que respalde seus avanços irrefreáveis. Quem deve ser esse protetor de Ruy?

Já Fábio Santos, na quarta-feira, como o Caracas abriu um atacante pelo seu setor, ele não se apresentava para receber a bola. No segundo tempo, Autuori determinou que ele tivesse mais iniciativa, o que rendeu o gol de empate. Como deve ser o seu posicionamento?

Três zagueiros

Embora sejam dotados de boa técnica, Leo e Réver não têm a mesma mobilidade de laterais, quando saem pelos flancos. Se o meio-campo do Grêmio é bem marcado, os zagueiros não solucionam a saída de bola. Se mudar para o 4-4-2, Autuori terá de sacar um dos zagueiros ou transformar um deles em volante. Qual será sua escolha?

Volantes

Adilson ainda é um jovem jogador, se erra um ou dois passes no começo da partida, como aconteceu contra o Caracas, na quarta-feira, corre o risco de comprometer toda a sua atuação. Recém-chegado ao grupo, Túlio seria seu substituto ou os dois poderiam jogar juntos?

Ataque

Jonas padece do mesmo mal de Adilson: a inexperiência. Alex Mineiro é mais técnico e mais calmo, mas parece não ter a mesma explosão. Herrera poderia ser uma opção, embora ainda não tenha recuperado a forma técnica dos tempos de Corinthians. E nenhum desses é exatamente um velocista, ingrediente fundamental para qualquer time no futebol moderno. Quem deve ser o companheiro de Maxi López?

Como se vê, muitas perguntas, nenhuma resposta, é trabalho em grande quantidade para ocupar Autuori até a próxima partida da Libertadores.

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