| 18/05/2009 16h40min
É questão de tempo. Ficou claro em sua primeira entrevista como técnico do Grêmio que Paulo Autuori já tem em mente o "algo mais" para enfrentar a reta final da Libertadores.
Os três zagueiros estão com os dias contados.
Talvez contra o Botafogo, domingo, no Olímpico, o 3-5-2 ainda dê um último suspiro. Nem é do estilo de Autuori rupturas traumáticas. Mas o fim está próximo.
Com o sepultamento do sistema de três zagueiros cai por terra um modelo que engessou o Grêmio. Por uma deformação, o 3-5-2 virou questão ideológica, quando deve se adaptar às características dos
jogadores. Celso Roth o mantinha para demonstrar força e soberania diante dos críticos. O interino Marcelo Rospide, à certa altura, incorreu no
mesmo erro. Nem quando tudo já estava decidido diante do San Martín, no Olímpico, Rospide testou um modelo diferente que pode ser decisivo nos jogos encardidos da Libertadores.
Mas Autuori deixou bem claro logo na chegada: prefere o 4-4-2. Digo mais. Só não vê quem não quer: os jogadores estão doidos para que isso aconteça.
Contra o Atlético-MG, pediam mais retenção de bola na frente. Tcheco deixou escapar o desejo de atuar um pouco mais adiantado, perto dos dois atacantes, em uma zona mais decisiva do jogo. Se Tcheco for adiantado, não é óbvio o aumento das chances de retenção de bola? Souza, antes disso, lembrou com alguma mágoa dos tempos em que atuou até de lateral-esquerdo — por coincidência, com Celso Roth.
Não que os jogadores detestassem Roth. Educadamente, foram cumprimentá-lo em fila à beira do campo no Mineirão, um bonito gesto de civilidade. Mas as discordâncias táticas e de estilo estão claras nas
entrevistas e nos pequenos movimentos de seus líderes,
como Souza e Tcheco.
O 3-5-2, herança de Celso Roth, será enterrado sob o comando de Paulo Autouri.
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