| 24/04/2009 04h53min
Não é à toa que o Grêmio está com dificuldades em buscar reforços para as oitavas-de-final da Libertadores. Com uma folha mensal de R$ 2,5 milhões (que chegará a R$ 2,8 milhões com a contratação de Paulo Autuori), dívidas vencidas na casa dos R$ 12 milhões e um déficit de R$ 1 milhão no primeiro trimestre, a direção faz malabarismos para manter os salários em dia e sonhar com o tri da América.
Apesar de o caixa do clube estar equilibrado, as dívidas de curto prazo e seus juros mensais ainda assombram o departamento financeiro. O clube já recebeu cinco meses adiantados da TV para cumprir compromissos desse começo de ano. A solução para quitar os débitos, e começar vida nova em 2010, é a venda de um jogador após a Libertadores ou ao final do Brasileirão. Precisa de um mínimo de 5 milhões de euros (R$ 14,5 milhões). Abatendo as dívidas vencidas, o clube manteria o equilíbrio das finanças com as receitas do quadro social (hoje são 47 mil sócios, com projeção de chegar aos 60 mil em dezembro),
da loja,
dos patrocinadores e com as verbas da TV.
Grêmio parcelou pagamento a Celso Roth em três vezes
Para reforçar o grupo, o Grêmio recorrerá a contratações por empréstimos e parcerias com empresários. Só assim Rafael Carioca e Renato Abreu poderão ser anunciados. O atacante Ricardo chegou ao clube comprado ao Londrina por Jorge Machado. A amigos, Renato teria demonstrado surpresa ao saber da saída de Celso Roth, com quem havia conversado sobre o projeto do clube, e da sua volta ao Brasil. Ele já não estaria tão entusiasmado em deixar o Al-Shabbab.
O parcelamento de dívidas é outra solução. O contrato de Celso Roth, em caso de demissão, previa o pagamento de R$ 660 mil em até 72 horas. Seu advogado recebeu o cheque do clube e, dois dias depois, um telefonema com o pedido da direção para que o valor fosse parcelado em três vezes de R$ 220 mil: no ato, junho e dezembro.
Responsável pelo saneamento financeiro do clube,
Irany Sant’anna Júnior, integrante do Conselho de
Administração do Grêmio, ressalta que apesar das dívidas de curto prazo, o clube deverá chegar ao final da temporada com as contas em dia.
– Antecipamos receitas para recuperar o nosso caixa – disse Irany. – Nossa meta é manter os salários em dia, o que vem acontecendo. No máximo, atrasaremos alguma premiação. A folha, jamais – acrescentou.
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