A Federação Internacional de Automobilismo convocou a McLaren e o campeão mundial Lewis Hamilton para esclarecimentos sobre as informações inverídicas dadas por eles aos comissários do GP da Austrália sobre um incidente com o italiano Jarno Trulli, da Toyota. A defesa da equipe será em uma reunião extraordinária do Conselho Mundial da FIA, no próximo dia 29, na sede da entidade, em Paris.

Em Melbourne, durante intervenção do safety car, Trulli saiu da pista e Hamilton aproveitou para ultrapassá-lo. A McLaren, temendo uma punição ao seu piloto, ordenou que ele cedesse o terceiro lugar de volta, o que aconteceu. No fim da corrida, os comissários puniram o italiano por ter retomado a posição do campeão mundial, que, com isso, herdou o terceiro lugar.

Antes de aplicarem a punição, porém, Hamilton e a McLaren foram ouvidos e omitiram a ordem para a devolução da posição. Dias depois, os comissários recuperaram a conversa via rádio da equipe com o inglês, descobriram a farsa e desclassificaram Hamilton.

Tanto a equipe como o inglês tentaram se explicar, dizendo que omitiram a ordem por pensarem que os comissários já haviam analisado as conversas via rádio. Além disso, a McLaren suspendeu (e demitiu nesta terça-feira) o funcionário Dave Ryan, suposto mentor da farsa.

Segundo a FIA, a McLaren infringiu o artico 151c do Código Esportivo Internacional (será punida qualquer conduta fraudulenta ou ato prejudicial aos interesses da competição ou aos interesses do esporte em geral). A escuderia cometeu cinco infrações: mentiu aos comissários ao negar que tenha ordenado a Hamilton para ceder o terceiro lugar a Trulli, instruiu Hamilton a apoiar a falsa declaração, não tomou nenhuma atitude para mudar a situação mesmo sabendo que estava prejudicando Trulli e a Toyota, voltou a negar a ordem em uma segunda reunião com os comissários e, por fim, Hamilton também insistiu no falso depoimento.

Ainda não se sabe que tipo de punição será tomada, se uma simples multa, uma suspensão ou até mesmo a exclusão da McLaren do campeonato.