O acidente sofrido na manhã desta quinta por Tatiane Gorski gerou comoção em toda a comunidade do triatlo gaúcho. Atual campeã estadual em duas modalidades do esporte, a atleta de 21 anos andava de bicicleta na Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Avenida Beira-Rio) quando colidiu com a parte traseira de um Gol. Tatiane sofreu diversas lesões na face e está internada no Hospital de Pronto Socorro em estado grave.

O vice-presidente da Federação Gaúcha de Triatlo, Jacques Delhaye Hidalgo, lamenta o fato e destaca a ascensão da atleta no cenário esportivo do Estado.

– Ela, sem dúvida, é uma das referências dentro da nossa federação. Apesar de ser uma atleta jovem, a Tati ganhou projeção nos últimos anos com resultados bastantes expressivos. Ela tem muito potencial – assegura.

Hidalgo alerta para o perigo que correm os ciclistas que optam por treinar na região da Avenida Beira-Rio. Segundo ele, a alta velocidade dos veículo é o principal inimigo dos atletas.

– Os carros passam a 80 km/h em uma via que só é permitido trafegar a 60 km/h. Eu mesmo deixei de treinar lá. É preciso ter uma atenção especial com esse trecho – relata.

Treinador de Tatiane durante seis anos, Eduardo Remião também pede maior segurança aos atletas da Capital. Ele relata que muitos outros atletas já foram atropelados em diversos pontos de Porto Alegre.

– Em um único ano, sete atletas que treinam comigo foram atropelados. As ciclovias não servem para treinar e sim para passear, não temos como realizar nossos exercícios nessa área. Alguma atitude tem de ser tomada pelos órgãos públicos responsáveis – conclui.

Em outubro de 2005, o pró-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Stringhini Guimarães, foi atropelado e morreu na mesma avenida em que Tatiane sofre o acidente nesta quinta. A morte de Guimarães desencadeou uma série de protesto por parte de ciclistas da Capital, que pediam mais segurança na prática do esporte.