Depois de uma semana de muita areia, pedra, altitude e grandes desafios, os competidores que resistiram até agora no Rali Dacar têm um merecido dia de descanso na cidade chilena de Valparaíso. Um acampamento com vista para o Oceano Pacífico foi montado para abrigar carros e pilotos neste sábado.

A dureza do percurso surpreendeu até mesmo a organização, que ser viu obrigada a criar uma zona neutra na quinta etapa (apenas cerca de 20% dos carros e caminhões que largaram conseguiram completar o trecho cronometrado), e diminuir a sexta e sétima especiais – esta última, sequer foi disputada entre os caminhões. No total, foram cortados 363 quilômetros de prova.

Dos 542 veículos que iniciaram a competição em Buenos Aires no dia 3 de janeiro, 143 já saíram da disputa, sendo 72 motos, nove quadriciclos, 48 carros e 14 caminhões. Entre eles estão os brasileiros Carlo Collet (quadriciclo), Carlos Ambrósio, João Tagino e Dimas Mattos (motos), além de Reinaldo Varela/Marcos Macedo e Guilherme Spinelli/Marcelo Vivolo (carros).

Enquanto pilotos e navegadores descansam o corpo e preparam o psicológico para a segunda metade do rali, os mecânicos têm muito trabalho a fazer. Os veículos sofreram grandes desgastes e estão sendo reparados para mais sete dias de disputas, incluindo as etapas no temido Atacama, o deserto mais árido do mundo.

A cidade de Valparaíso também recebe muitos visitantes que estão acompanhando o primeiro Rali Dacar na América do Sul. A disputa recomeça neste domingo em um ritmo mais moderado. Até La Serena serão 652 quilômetros, com 294 de trecho cronometrado pelas trilhas sinuosas nas montanhas.

Nas motos, a liderança é do espanhol Marc Coma. O também espanhol Carlos Sainz, que compete com o navegador francês Michel Perin, lidera nos carros. Entre os caminhões, os russos Firdaus Kabirov, Aydar Belyaev e Andrey Mokeev seguem na frente. Nos quadriciclos, o domínio é do tcheco Josef Machacek.

Os brasileiros melhores colocados até o momento no Dacar são André Azevedo e Maykel Justo, nonos na disputa de caminhões ao lado do mecânico tcheco Mira Martinec. Já José Hélio Rodrigues é o 12º nas motos, enquanto Rodolpho Mattheis é o 44º na mesma categoria. Jean Azevedo e Youssef Haddad são os 14º colocados nos carros, 77 posições à frente de Paulo Pichini e Lourival Roldan.