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 | 06/12/2008 23h36min

Troca de árbitros na véspera da decisão gera polêmica

Wagner Tardelli foi afastado do confronto entre Goiás e São Paulo, após denúncia de tentativa de manipulação de jogo

A troca de árbitros da partida decisiva do Campeonato Brasileiro agitou o futebol na tarde deste sábado. A Confederação Brasileira de Futebol afastou Wagner Tardelli do jogo entre Goiás e São Paulo, no Estádio Bezerrão. O motivo seria a denúncia de uma suposta tentativa de suborno, que visaria a manipulação de resultados do jogo.

Segundo nota publicada no site da CBF, a troca de juízes tem como objetivo "preservar o próprio árbitro e garantir ainda a transparência e o mérito do resultado em campo". A entidade afirma que um envelope com dinheiro, que teria Tardelli como destinatário, foi interceptado antes de chegar a suas mãos.

No texto, a CBF afirmou que o presidente Ricardo Teixeira determinou que se realizasse um novo sorteio de árbitros neste sábado. Jaílson Macedo Freitas, da Bahia, apitará o jogo. Ele será auxiliado por Alessandro Rocha Matos, também da Bahia, e Milton Otaviano dos Santos, do Rio Grande do Norte. Ainda no comunicado oficial, a CBF afirma que não há qualquer desconfiança em relação à honestidade de Wagner Tardelli.

Segundo o relato de Tardelli, a denúncia teria partido do Ministério Público, que comunicou a CBF sobre a tentativa de manipulação do resultado do jogo. Nesta tentativa, alguém teria usados seu nome indevidamente. Ele fez questão de negar a existência de envelope com dinheiro no caso.

— O Ministério Público descobriu que uma pessoa estava usando meu nome para oferecer benefícios, e a CBF ficou ciente. Uma pessoa usou meu nome. Não tem envelope nenhum. Por isso, o Sérgio (Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem) me ligou, pediu que eu fosse ao encontro dele. Decidimos que eu sairia do jogo e outro sorteio seria feito - diz o árbitro.

Tardelli fez questão de ressaltar que em momento algum foi procurado e que não foi informado sobre quem estaria por trás do suposto suborno.

— Não tive contato nenhum. Não tocou meu telefone. O MP identificou as pessoas. Quem mais quer que tudo seja apurado até o final sou eu. Mas em nenhum momento o MP, o Sérgio Corrêa ou a CBF citaram nomes. Nem de pessoas próprias, nem de instituições. Se a ou b estão usando o nome de Wagner Tardelli, ou de clubes, temos que investigar. O fato é grave e precisa ser apurado — exige Tardelli.

Repercussão

O presidente do Grêmio, Paulo Odone, declarou durante a tarde que deseja que a CBF apure as denúncias. Para Odone, o caso "coloca sob suspeita o jogo e o campeonato". Em nota em seu site, o São Paulo também pede esclarecimentos. O texto afirma que "o clima de instabilidade gerado à véspera da partida decisiva do Campeonato Brasileiro pode interessar a muitos, nunca ao São Paulo, grande prejudicado com o acontecimento."

Em entrevista à Rádio Gaúcha, os dirigentes do Grêmio e do São Paulo Anfré Krieger e Marco Aurélio Cunha discutiram sobre os prejuízos deste fato a cada uma das equipes:

— O Grêmio tem interesse direto no jogo do São Paulo, então somos todos prejudicados. O futebol brasileiro, sobretudo, é prejudicado — diz André Krieger.

— Óbvio que é um sistema que fica prejudicado. Mas não terá nenhum problema na sua partida, nenhum fato novo ocorreu no seu jogo, só no meu — rebate Marco Aurélio Cunha.

Com informações da Rádio Gaúcha e Globoesporte.com

 
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