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 | 28/11/2008 10h15min

Especialistas avaliam condições do solo em SC

Geólogos e técnicos estão nesta sexta-feira em Jaraguá do Sul, Luiz Alves e Blumenau

Geólogos e técnicos dos institutos de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Geológico, de São Paulo, estão nesta sexta-feira em Jaraguá do Sul, Luiz Alves e Blumenau, alguns dos municípios mais atingidos pela chuva em SC, para vistoriar e avaliar o solo dos locais.

Durante dois dias, os especialistas analisaram o solo e o relevo de Blumenau, considerada por eles a região mais prejudicada devido à maior concentração populacional e pelo grande volume de chuva ocorrido no sábado e domingo.

Segundo o tecnólogo civil com especialização em Geotecnia Luiz Antônio Gomes, a vistoria técnica já realizada em Blumenau avaliou os problemas relacionados ao deslizamento de terra. Cerca de 60% das áreas visitadas estão em risco iminente e, de acordo com Gomes, dificilmente serão ocupadas novamente. Qualquer chuva mais forte poderá provocar novos deslizamentos.

Após análise dos problemas, o tecnólogo afirma que a chuva do último final de semana foi atípica e a quantidade foi maior do que a esperada.

De acordo com o geólogo Marcelo Gramani, a cidade de Blumenau quase alcançou o recorde de volume de chuvas no histórico brasileiro. Em 1967, em Caraguatatuba, no Litoral de São Paulo, foi registrado 570 milímetros de água em dois dias de precipitações. Blumenau teve cerca de 500mm em dois dias, conforme os dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Universidade Regional de Blumenau (Furb).

Apesar disso, segundo Gramani, o Morro do Baú, na região de Luiz Alves e Ilhota, foi o mais afetado com relação ao deslocamento de terras.

O grupo do IPT e do Instituto Geológico deverá ficar em Santa Catarina até a próxima quarta-feira, dependendo das condições climáticas nas regiões de análise.

Mapa de risco

Também nesta sexta-feira, pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) devem apresentar um mapa das áreas de risco para que a Defesa Civil possa se antecipar e evitar novas tragédias.

Segundo Luis Fernando Sales, pesquisador do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar/Univali), é preciso um monitoramento constante do nível de saturação das encostas para evitar que as chuvas provoquem novos estragos.

Uma das soluções apontadas para se evitar novas mortes e perdas patrimoniais é o mapeamento dessas áreas, considerando características geológicas como declive e espessura do solo, para restringir a ocupação em pontos críticos.

De acordo com o pesquisador, o solo da região do Vale do Itajaí, composto sobretudo por material argiloso, não resistiu ao volume de água acumulado nos últimos meses e simplesmente derreteu em vários pontos, tragando casas e rodovias. Os deslizamentos de terra foram a principal causa das mortes registradas no Estado.

Alerta

Segundo relatório divulgado pela Epagri/Ciram na noite de quinta-feira, a situação no Estado ainda é crítica, mas a tendência é de a água baixar lentamente, com risco especialmente de deslizamentos nas encostas.

O tempo permanece instável na faixa Leste do Estado, em especial da Grande Florianópolis ao Norte, com muitas nuvens e condições de chuva isolada, alternando com aberturas de sol durante o dia.

Moradores de áreas vulneráveis a deslizamentos precisam ficar atentos no caso de aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas e inclinações de troncos de árvores ou postes.

No caso de emergência, a comunidade deve acionar a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil pelo telefone 199.

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