| 28/11/2008 09h31min
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira a Operação Contra-ataque, tendo como alvo suspeitos de envolvimento na briga entre as torcidas Máfia e Geral do Grêmio, ocorrida nos arredores do Estádio Olímpico após o jogo contra o Coritiba, em 16 de novembro. No confronto, Lucas Ballardin, 19 anos, e Marçal Santos, 30, acabaram baleados. Foram cumpridos hoje nove mandados de prisão preventiva e sete de busca em Porto Alegre, Canoas e Esteio. Três pessoas foram presas.
O único preso que havia sido identificado até as 8h é o torcedor Bruno Ortiz, encontrado em casa no bairro Cavalhada. Ele é suspeito de ser um dos responsáveis por incitar a torcida Geral no conflito contra a Máfia. Policiais foram também à casa do autor dos disparos que atingiram Ballardin e Santos, no bairro Rubem Berta. A residência, porém, estava vazia. O suspeito, de 25, continuava sendo procurado.
Na casa de outro torcedor, na Rua Coronel Neves, no bairro Medianeira, policiais encontraram um fuzil 762 e um revólver calibre 44. O suspeito foi preso e alegou que as armas eram do pai dele. No local havia ainda material de torcedores colorados, que teria sido roubado e guardado como troféu, suspeitam os investigadores.
No total, foram apreendidos nove computadores e dois laptops. A polícia verificará se os equipamentos contêm material racista — uma das motivações do conflito é uma bandeira com o ídolo gremista Everaldo, que era negro.
A operação foi realizada nesta sexta porque a Polícia Civil obteve informações de que as duas torcidas estavam se provocando para um possível confronto durante o Gre-Nal de juvenis a ser realizado no sábado, no Olímpico. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) coordenava a ação policial. Os nomes dos demais presos devem ser divulgados ainda nesta manhã.
– Nós pretendíamos fazer um trabalho de garimpagem, meticuloso, e tirar de circulação na quinta-feira que vem todo esse pessoal. Só que nós recebemos uma denúncia de que haveria um conflito amanhã no Gre-Nal de juniores que ocorrerá no Estádio Olímpico. Por isso, tivemos que antecipar a nossa ação – explicou o delegado Bolívar Llantada, da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos.
A polícia também esteve na sala da torcida Geral no Estádio Olímpico. No local, foram apreendidos dois computadores para averiguação.
O advogado de Ortiz, Mauricio Silveira, disse que provará a inocência dele. De acordo com o defensor, o carro usado para a fuga dos responsáveis por atirarem em Ballardin e Santos não pertence ao seu cliente.
Matéria corrigida às 19h39min
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