| 27/11/2008 00h02min
Em 17 dezembro de 2006, os tambores colorados surpreenderam os tímidos japoneses de Yokohama. Nesta quarta, na noite escaldante de La Plata, eles foram responsáveis por uma nova façanha. Mesmo em absoluta minoria, abafaram muitas vezes a ruidosa torcida do Estudiantes, uma das mais fanáticas da Argentina. A vitória por 1 a 0 aproxima o Inter do título da Sul-Americana, feito que nenhum outro clube brasileiro obteve até agora.
Foi um espetáculo empolgante. Até mesmo nas cabines de rádio e televisão, onde entusiasmados narradores argentinos transmitiam a partida, houve quem ensaiasse alguns passos de samba, olhando para baixo e vendo a animação gaúcha.
Havia pouco mais de mil colorados contra, pelo menos, 35 mil argentinos. O clima, dessa forma, indicava uma festa do Estudiantes, clube que espera há 37 anos por uma conquista continental. Na última, em 1970, o time ainda contava com Verón, o pai do atual astro da equipe, de cujos pés nascem todas as jogadas ofensivas.
A entrada em campo
do time de El Jefe Leonardo Astrada foi arrasadora. Uma fumaça vermelha e branca empestou o ar e escondeu o campo.
— Lá, também fazem uma festa assim? — gabou-se Pedro Cicinelli, o responsável pelo serviço de som do estádio Ciudad de La Plata, aflito por não ter conseguido ainda um ingresso para o Beira-Rio.
Bastaram os primeiros minutos de jogo, contudo, para ficar claro que o Inter seria um rival duro de ser batido. Aos cinco minutos, o sempre combativo Guiñazu exagerou na dose e recebeu cartão amarelo. Aos 24, uma nova falta, desta vez sobre Verón, resultou no vermelho. Desfalcado, o Inter passou a viver seus piores momentos no jogo. A sucessão de bolas aéreas desestabilizou a defesa. Lauro precisou se desdobrar.
A salvação veio com Nilmar. Aos 33 minutos, ele investiu com a habitual velocidade pela direita e foi derrubado dentro da área por Sábato. Pênalti. Com categoria, Alex cobrou duas vezes, porque Amarilla havia invalidado a primeira. Os
argentinos, então, silenciaram de
vez, dando espaço aos tambores colorados.
Em vantagem numérica, o Estudiantes aumentou a pressão no segundo tempo. Predominou, então, a catimba de D'Alessandro, que levava a até um canto do gramado, forçando as faltas. Na frente, Nilmar tratava de cavar espaços na base da correria. A partir dos 25 minutos, só o Estudiantes parecia estar em campo. Acuado, o Inter valeu-se então da firmeza de sua defesa para segurar o resultado.
Desde março de 2007, o Estudiantes não era derrotado no Estádio Ciudad de La Plata. Caiu por terra uma invencibilidade de 43 jogos. Como não há saldo qualificado na final, agora o Inter precisa apenas de um empate no Beira-Rio, na próxima quarta-feira, a partir das 22h, para conquistar um título inédito para o futebol brasileiro.
Resta, agora, a segunda batalha. Dia 3 de dezembro, os tambores se transferem para o Beira-Rio.
Audioslide: a dramática vitória colorada em La Plata
Assista ao gol de Alex:
Os principais lances de Alex e D'Alessandro:
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