| 15/11/2008 05h54min
Um dos grandes trunfos do Grêmio no Brasileirão é a sua defesa. O setor mais eficiente da equipe foi construído aos poucos, quase sem querer. Após 34 rodadas, o resultado é o melhor possível: trata-se da zaga menos vazada do Brasileirão, com apenas 29 gols sofridos.
Por que sem querer? Porque logo na estréia do Campeonato Brasileiro, contra o São Paulo, no Morumbi, o time jogaria no 4-4-2, com Léo e Pereira na zaga. Mas a lesão muscular de Willian Magrão, na semana anterior, fez com que Roth mudasse a equipe e o esquema. Foi assim que Réver transformou-se em titular, e o Grêmio construiu sua fortaleza num 3-5-2. A primeira formação defensiva, e a mais utilizada pelo Grêmio, tem Paulo Sérgio, Léo, Pereira, Réver e Helder.
O mérito de Roth está em manter um padrão de jogo ao setor, mesmo sofrendo mudanças. No total, 13 jogadores passaram pelas funções de alas e zagueiros, em 17 formações diferentes – na média, um setor diferente a cada duas partidas.
Após tantas alterações, Souza
acabou ganhando a vaga de titular na ala-direita. Jogou na montagem emergencial da defesa, na vitória sobre o Palmeiras, junto com Amaral, Jean, além dos garotos Héverton e Helder. Ontem, antes de explicar o bom desempenho do sistema defensivo, o que menos gols sofreu no campeonato, Roth fez uma pausa. Sorriu, e disparou:
– Preferia que tivéssemos o ataque mais positivo.
Depois da tirada – uma referência a sua fama de retranqueiro –, o técnico falou sério.
– Não há mágica nisso e, sim, muito trabalho e repetição. Olha o caso do Héverton, que entrou contra o Palmeiras. No Grêmio B, ele também atuava no 3-5-2, há padrão no time profissional e na base. Quando precisei utilizá-lo, ele sabia exatamente o que fazer – justificou Roth.
Para Réver, a grande quantidade de zagueiros e alas fez com que a concorrência aumentasse, mantendo o alto padrão das atuações da defesa.
– Esta concorrência fez com que todos nós nos
destacássemos no Brasileirão. É preciso se aprimorar porque
jogadorzinho comum tem em qualquer lugar – disse o zagueiro.
A fortaleza do Olímpico
> É a defesa menos vazada: 29 gols em 34 jogos
> Roth usou 17 escalações na defesa
> A formação que mais jogou: Paulo Sérgio, Léo, Pereira e Réver e Helder (nove vezes)
> Defesa de um jogo só: Souza, Amaral, Jean, Héverton e Helder (Palmeiras 0x1 Grêmio)
Réver é um dos integrantes mais assíduos do setor defensivo: o mérito do técnico Celso Roth é manter o padrão, mesmo com trocas e lesões
Foto:
Vinicius Rebello
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