| 12/11/2008 11h19min
Força de vontade e talento. Dois elementos básicos na concepção de bom futebol segundo o técnico Silas. Um, sem o outro, não dá pé. Tanto que, com o próprio treinador, foi assim. Ele não tinha experiência, mas topou o desafio de levar o Avaí à Série A. E o risco? Foi apagado pelo trabalho, pela força de vontade e pela fé do treinador, que se tornou um ícone da conquista da vaga na elite do futebol brasileiro.
Em 18 anos de carreira, Silas atuou em seis países e duas Copas do Mundo (86 e 90). Sete anos depois de pendurar as chuteiras e poucos meses após iniciar a carreira de treinador, ele conseguiu levar o Avaí à Série A com a marca da invencibilidade jogando em casa. Marca de um Leão, "rei" em seu gramado e que defende com unhas e dentes os seus comandados.
Silas abriu a porta da jaula que mantinha a equipe há 29 anos longe da elite do futebol brasileiro e supriu sua inexperiência com muita dedicação e força de vontade. São estes, aliás, elementos que o treinador valoriza ao escolher quem irá compor o seu primeiro esquadrão.
Para o comandante, o trabalho árduo aliado ao talento por parte dos jogadores avaianos — sejam eles da equipe profissional, do juniores ou até do juvenil — é o que motiva o seu trabalho. E assim como aconteceu com o próprio treinador, ele não hesita em dar chances a quem demonstrar isto. Se perceber um grande talento em um garoto com vontade de ajudar o Avaí, o comandante não poupará esforços.
— Se eu achar que um menino dos juniores ou do juvenil pode ajudar a gente, eu fico até a meia-noite com ele para cabecear, chutar de esquerda, de direita. Agora, com vagabundo eu não fico nem 10 segundos, pode ser quem for — explicou o técnico, destacando ainda que os méritos do respeito conquistado dentro do time vêm justamente destas ações.
— Eles (os jogadores) sabem que funciona desta maneira, eles viram isso, várias vezes eu estava atrás deles no final do treino procurando para fazer trabalho de defesa e de finalização — contou.
Ele quer ficar
Silas não quer parar por aí. O objetivo do clube pode até ter sido conquistado, mas isto é água passada. As glórias de 2008 têm que dar espaço a muito trabalho que virá pela frente para encarar os grandes do futebol brasileiro. Afinal, uma vaga na Série A aumenta a responsabilidade de todo o grupo.
Para isso, o técnico já engatou contatos que possam ajudar o Avaí nesta nova batalha que se apresenta. E Silas garante: ele quer continuar à frente do Leão.
— Eu quero ficar. Eu sei que agora a primeira providência que a gente vai ter que tomar é tirar a faixa de Série A que temos no peito. Isso custa, mas vou me aconselhar com pessoas da Série A, quero ter uma conversa com o Mano Menezes, ele fez um trabalho espetacular quando subiu com o Grêmio, quero conversar com o São Paulo, com quem já tenho reunião marcada, quero falar com o Palmeiras, para realmente colhermos dados e começarmos o ano que vem da melhor forma possível — disse o técnico, que mantém os pés firmes no chão.
— Eu não faço ilusão nenhuma com relação à minha carreira como treinador. Sei que, quando perder o primeiro jogo pelo Catarinense, serei um burro de novo — finalizou.
Mais três jogos pela Série B
Antes do Catarinense, porém, ainda há a reta final — curta e sem pressão — da Série B. O próximo jogo será no sábado, contra o Bragantino, em Bragança Paulista, às 16h20min. Depois, no outro sábado, dia 22, o Leão encara o Corinthians no Pacaembu. E quem não teve a chance de acompanhar o Leão jogando na Ressacada, ainda poderá ver seu time na última rodada, quando encara o São Caetano, dia 29 de novembro.
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Silas afirmou que quer ficar no Avaí e dar continuidade ao trabalho no Catarinense e na Série A
Foto:
Diego Redel
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