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 | 08/11/2008 22h12min

Técnico diz que time do Figueirense tem dificuldade na relação com a torcida

Pressão dos torcedores nos jogos em casa estaria prejudicando o desempenho alvinegro

Enquanto a maioria dos times nesta Série A exalta o fator mando de campo, o Figueirense não valoriza as partidas diante de sua torcida. Não que esteja desmerecendo seus aficcionados, mas a dificuldade é atuar com a pressão do torcedor, que cobra resultados da equipe que agora é a vice-lanterna da Série A, após a derrota por 2 a 0 para o Atlético-PR.

Esta conclusão foi explicada pelo técnico Mário Sérgio, na coletiva realizada após a partida deste sábado, válida pela 34ª rodada do Brasileirão. Para ele, em função das  características de contra-ataque e, principalmente, por ter um grupo ainda muito jovem, o Figueirense deixa a desejar dentro de casa, mas surpreende fora.

— Eu disse lá atrás que teríamos mais facilidade fora de casa do que dentro de casa, em função da característica da equipe. Nosso time tem contra-ataque bom e quando a defesa está bem fechada é difícil ser batido. A situação se torna adversa justamente pela baixa idade do grupo, que não consegue administrar bem a relação com a torcida dentro de casa — contou o técnico.

E se a pressão ficasse apenas nas arquibancadas, talvez o medo não tomasse conta dos jogadores. No entanto, neste sábado, de acordo com informações do Globoesporte.com, os torcedores ameaçaram invadir o vestiário do Figueira. A polícia foi chamada e dispersou aqueles que ofendiam os jogadores e a comissão técnica.

— Essa garotada tem brio, vergonha na cara. Ninguém viu os jogadores chorando depois da derrota nos vestiários como eu vi. Eles não vão sair daqui para dar risada, tomar cerveja, ir atrás de mulher. Ao contrário, terão uma péssima noite de sono, a maioria não vai nem conseguir dormir — disse Mário Sérgio.

Para o técnico, a torcida deve se manifestar e o grupo não tem sequer o direito de pedir mais paciência, uma vez que o Figueirense perdeu cinco e empatou dois dos oito jogos disputados em casa neste segundo turno. No entanto, Mário Sérgio fez questão de ressaltar que o sofrimento do grupo é muito maior que o da torcida, considerando a desvalorização dos profissionais no mercado.

— A torcida tem todo o direito de se manifestar. Não temos mais sequer o direito de pedir paciência ao torcedor. O resultado não foi bom e a situação é difícil. Mas o torcedor vai para casa chegar à seguinte conclusão: os profissionais envolvidos neste processo serão fatalmente prejudicadíssimos dentro do mercado, suas famílias também perderão, porque seus salários serão muito reduzidos. O torcedor não sofre nem um terço do que nós estamos sofrendo. Temos consciência que só nós podemos resolver isto. É obrigação nossa e vamos lutar até o final para sair desta situação — finalizou o treinador, que ainda terá dois duelos diante da torcida.

Pela próxima rodada do Brasileirão, o Figueirense enfrenta o São Paulo, no Morumbi, dia 16 de novembro. Depois, receberá o Náutico, na 36ª rodada, dia 20 de novembro, no Orlando Scarpelli. O penúltimo jogo pela Série A em 2008 ocorre contra o Botafogo, dia 30, no Engenhão. E é dentro de casa que o Figueirense encerrará sua participação na elite neste ano, no duelo com o Inter, dia 7 de dezembro.

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