| 29/10/2008 03h13min
Atenção, tricolores, uma finalíssima o aguarda hoje, às 21h50min, no Mineirão. Talvez por conhecer tão bem a história gremista, Adilson Batista, o Capitão América, fará de Cruzeiro e Grêmio uma batalha digna das peleadas de Libertadores. Esse é o ponto que preocupa o técnico Celso Roth. O que tira o sono da torcida do Cruzeiro é a desconfiança no técnico e no time. Nada mais mineiro.
Pelas ruas de Belo Horizonte há cruzeirenses que mantêm uma eterna desconfiança no seu técnico e no time. Entendem que a equipe perdeu pontos fundamentais nas partidas contra Goiás e Palmeiras fora, além do empate em Ipatinga e da derrota de sábado para o Atlético-PR, em Curitiba.
— Na hora do “vamos ver”, falta determinação. Aposto no empate amanhã (hoje) — lamentou o comerciário Jorge Bertacco, 38 anos, sócio do Cruzeiro.
Declarações de jogadores na semana deixaram claro que eles não apenas respeitam como temem o Grêmio. O volante Ramires — chamado para a seleção de Dunga — saiu-se com esta:
– Teremos que tocar bem a bola e sair da marcação e das faltas do Grêmio para não nos machucarmos.
Capitão América para uns, Professor Pardal para outros
Mas há quem idolatre Adilson Batista. Sua foto erguendo a taça da Libertadores circulou pelos principais jornais de Belo Horizonte durante a semana. A imagem do “Capitão” seguidamente é confrontada com o apelido de “Professor Pardal”. Que o técnico herdou por conta de suas “invencionices” na escalação da equipe.
— É verdade que perdemos alguns pontos que não
poderíamos perder, mas minha equipe não treme — indignou-se Adilson
Batista.
Houve treino ontem com portões fechados na Toca da Raposa II, uma fortaleza que conta com cinco campos, hotel, clínica, academias de musculação e auditório para a imprensa. Jogadores assistiram a vídeos do Grêmio e, durante o almoço, foi permitida a presença de familiares na concentração – que começou na segunda-feira. Queriam aliviar a tensão da decisão.
— Sei que o Grêmio vive a expectativa de ser campeão. Imagino a mobilização que estão fazendo. Mas nós também queremos o título e teremos um time agressivo em campo amanhã (hoje) — afirmou Adilson.
A derrota de sábado para o rebaixável Atlético-PR, na Arena, abalou a confiança da torcida. Tanto é que a direção do Cruzeiro colocou apenas 40 mil ingressos à venda. Até ontem à noite, mais de 19 mil haviam sido vendidos. Na eliminação para o Boca Juniors, nas quartas-de-final da Libertadores, em maio, foram comercializados 70 mil bilhetes.
Ontem, em frente à Toca da
Raposa II, e sob um calorão de 37° C, o
comerciante Júlio Camaratto, 44 anos, aguardava a abertura dos portões para dar força ao time. Cumpriu de carro em três horas os 230km que separam a cidade de Bom Sucesso, no sul de Minas Gerais, de Belo Horizonte.
— Fiz isso porque confio no Cruzeiro. Temos a chance única de vencer o melhor time do campeonato e arrancarmos para o título — disse ele.
Gráfico animado mostra como joga o Cruzeiro
No centro de treinamento Cidade do Galo, em Belo Horizonte, Reinaldo (E) e Tcheco (D) recebem incentivo atleticano
Foto:
Jorge Gontijo, EM, D.A Press
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